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‘Hurry Up Tomorrow’: álbum que ‘mata’ The Weeknd apresenta um bom fim para o cantor

Último trabalho do artista encerra o uso de seu nome artístico e uma trilogia conceitual que começou no trabalho ‘After Hours’

Música|José Pedro dos Santos*

Abel Tesfaye, The Weeknd, em sessão de fotos que promovem seu novo álbum reprodução/Instagram @theweeknd

The Weeknd é um fenômeno mundial. Conhecido por diversos hits como The Hills e Blinding Lights, Abel Tesfaye, nome real do artista canadense, lota estádios pelo mundo e foi escolhido para fazer o Show do Intervalo do Super Bowl em 2021, um dos maiores eventos dos Estado Unidos. No dia 31 de janeiro, a última sexta-feira do mês, o cantor lançou seu novo trabalho, Hurry Up Tomorrow, em português Apresse-se Amanhã. O álbum encerra uma trilogia que começou em 2020 com After Hours.

Hurry Up Tomorrow tem um objetivo simples, porém complicado: matar a persona/alter-ego de Abel, o The Weeknd. Em 2023, o canadense deu uma entrevista para a W Magazine em que afirmou que o momento de fechar o capítulo The Weeknd estava chegando e que ele iria matar essa persona e renascer disso.

Dito e feito: nas 22 músicas, Abel repensa sua vida após a fama, seus relacionamentos e o abuso de drogas. O cantor explora a relação consigo mesmo e tenta sair desse poço que ele se enfiou desde o primeiro capítulo da trilogia.

Capa oficial de Hurry Up Tomorrow, novo álbum de The Weeknd reprodução/Instagram @theweeknd

O novo trabalho de Abel é relativamente mais tranquilo do que seus antecessores, mas é um pouco mais experimental. Enquanto After Hours e Dawn FM se mantêm muito mais na linha do pop, tendo desde baladas até batidas de trap, Hurry Up Tomorrow tenta sair um pouco disso. Cry for Me e São Paulo são extremamente influenciadas pelo funk brasileiro. A música “paulista” tem até mesmo a participação de Anitta.


O álbum é dividido em duas “fases” pela faixa Timeless, que é um trap produzido por Pharrell Williams e com participação do rapper Playboi carti. A primeira parte tem ótimas músicas, como Cry for Me, Wake Me Up, que conta com uma parte à la Michael Jackson, e Reflections Laughing, que se destaca por mostrar através da música o nível de intoxicação de The Weeknd no momento que a música se passa.

Essa metade é focada no relacionamento que terminou em After Hours e o abuso de drogas que Abel tinha e frequentemente falava nas suas músicas.


De brinde a primeira parte levou São Paulo, que infelizmente é a música mais fraca do projeto. A faixa tem como base uma batida genérica de funk e só ganha alguma profundidade do meio para o fim, quando aparecem alguns sintetizadores e a frase que Anitta canta para de repetir a cada cinco segundos. Porém, a música tem aquele molho que faz você gostar dela após ouvir algumas vezes.

A segunda parte de Hurry Up Tomorrow é responsável por essa mudança de fase na vida de Abel, neste último momento do álbum o cantor reflete sobre suas decisões e chega até mesmo a pedir perdão e misericórdia para Deus.


Os destaques dessa parte ficam para a balada Take Me Back To LA, que é uma resposta a Escape From LA do After Hours, Big Sleep, que tem como participação o lendário Giorgio Moroder, criador do euro disco e o pioneiro do uso dos sintetizadores, e Give Me Mercy, que mistura um pop com órgão para chegar ali perto do gospel.

The Weeknd com o rapper Playboi Carti no videoclipe de Timeless reprodução/Instagram @theweeknd

O maior problema do álbum é a quantidade de músicas. São 22 faixas que somam uma hora e meia de audição, o que é muito, principalmente por não ser tão necessário tudo isso de música. Para comparação, os dois trabalhos anteriores somados têm 40 músicas e uma hora e quarenta minutos de duração.

Além disso, o uso excessivo de fade in e fade out, quando a música começa ou termina na faixa anterior, ou posterior, em todas as músicas é exagerado e as primeiras músicas parecem ser uma única música gigante.

Hurry Up Tomorrow não consegue chegar ao nível dos seus antecessores, mas é um grande álbum, literal e figurativamente, e se destaca muito pela sua produção impecável. Com esse seu novo trabalho, Abel Tesfaye conseguiu dar um final digno ao The Weeknd, que foi a base de toda a sua produção musical desde 2011, quando lançou as mixtapes Trilogy.

*Sob supervisão de Lello Lopes

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