Logo R7.com
Logo do PlayPlus
Publicidade

Inovador, elegante e visionário, Jeff Beck redefiniu o papel da guitarra no rock

Guitarrista britânico morreu, aos 78 anos, por contrair uma meningite bacteriana

Música|Gabriel Zorzetto, da Record TV

A principal marca da carreira de Beck é a diversidade de estilos explorados nas canções
A principal marca da carreira de Beck é a diversidade de estilos explorados nas canções A principal marca da carreira de Beck é a diversidade de estilos explorados nas canções

Se Jeff Beck não é o seu guitarrista favorito, há uma chance gigante de ele ser o guitarrista favorito do seu guitarrista favorito. Quando se trata de lendas da guitarra, nenhuma lista estaria completa sem Jeff Beck, que morreu na última terça (10), aos 78 anos, em Surrey, na Inglaterra. Ele moldou um estilo único que soava como ninguém além dele mesmo, em uma era repleta de referências do instrumento, como Jimmy Page, Jimi Hendrix e Eric Clapton — nomes com quem Beck nunca conseguiu competir em termos comerciais, mas, ainda assim, foi reverenciado como poucos e alçado ao patamar dos mais inventivos músicos de sua geração.

Antes da chegada de Beck, tocar guitarra geralmente se limitava aos sons polidos das bandas da invasão britânica do início dos anos 1960 ou da estética do blues dos anos 1950. Durante seu curto período com os Yardbirds, as experimentações de Beck com feedback, distorções e uso do tom "fuzz" pavimentaram a estrada para o surgimento do rock psicodélico e o hard rock e redefiniram o papel da guitarra no estilo.

A principal marca da carreira de Beck, no entanto, esteve na diversidade de estilos explorados ao longo de mais de cinco décadas. Seria confortável, por exemplo, um apego ao blues-rock pesado que o consagrou no Jeff Beck Group, banda formada por ele nos anos 1960 com um cantor então pouco conhecido, Rod Stewart, e o igualmente obscuro Ron Wood, que mais tarde faria parte dos Faces e dos Rolling Stones. O álbum de estreia do grupo, Truth, de 1968, é considerado um clássico seminal do gênero e conta com algumas das interpretações mais memoráveis do repertório de Beck, como Shapes of Things, I Ain’t Superstitious e Beck's Bolero.

Beck, porém, sempre fugiu da zona de conforto para explorar novos territórios, seja com o jazz fusion nos anos 1970 (Blow by Blow e Wired), o pop radiofônico oitentista (Flash Jeff Beck’s Guitar Shop), o flerte com o som eletrônico (Who Else! e You Had it Coming) e até mesmo com a música clássica no premiado álbum Emotion & Commotion, de 2010. Em seu trabalho mais recente, fez parceria com Johnny Depp em 18, um misto de composições originais e covers de outros artistas, como John Lennon, The Beach Boys, Marvin Gaye e Killing Joke.

Publicidade

A personalidade misteriosa e mal-humorada de Beck também nunca se adequou aos padrões pop. Isso fica claro no indispensável documentário Still on the Run: The Jeff Beck Story, de 2018, que acompanha todos os momentos cruciais da carreira do guitarrista, incluindo o bizarro cancelamento do show do Jeff Beck Group no Festival de Woodstock. “Ele (Beck) desapareceu no meio da noite!”, relembra um incrédulo Rod Stewart, que integra a seleção de entrevistados da produção dirigida por Matthew Longfellow.

“Jeff Beck estava em outro planeta. Ele nos levou, eu e Ronnie Wood, para os EUA no fim dos anos 1960 em sua banda, o Jeff Beck Group, e não olhamos para trás desde então. Ele foi um dos poucos guitarristas que, quando tocavam ao vivo, realmente me ouviam cantar e respondiam. Jeff, você foi o máximo, cara. Obrigado por tudo”, lamentou sir Rod Stewart nas redes sociais.

“Agora que Jeff se foi, sinto que um dos meus irmãos deixou este mundo, e vou sentir muito a falta dele. Estou enviando muita solidariedade a Sandra, sua família e todos os que o amavam. Quero agradecer a ele por todos os nossos primeiros dias juntos no Jeff Beck Group, conquistando a América”, publicou Ronnie Wood.

Últimas

Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.