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Karinah se inspira no 'feminejo' para fortalecer e abrir portas para mulheres no samba

A cantora conta que pretende focar no samba em 2023 e que deseja se tornar uma artista cada vez mais popular

Música|Pedro Garcia, do R7

Karinah lançou um projeto para colaborar com outras mulheres que tocam samba e pagode
Karinah lançou um projeto para colaborar com outras mulheres que tocam samba e pagode Karinah lançou um projeto para colaborar com outras mulheres que tocam samba e pagode

Quando começou na carreira musical, Karinah ouvia frases como "samba não é coisa de mulher" e "mulher no samba é para rebolar o bumbum". A cantora lembra que, muitas vezes, precisou enfrentar empresários e gravadoras para que pudesse se dedicar ao estilo musical que ama e cresceu ouvindo. Hoje, com uma carreira mais consolidada, quer dar forças para mulheres sambistas e pagodeiras que estão começando, da mesma forma que grandes artistas fizeram com ela. Para isso, a artista conta que se inspira nas cantoras do sertanejo.

Uma das ideias de Karinah para ajudar a dar visibilidade para as mulheres no samba foi o Karinah por Elas, lançado em 2022. Em um projeto audiovisual, ela juntou 27 artistas para cantar e tocar pagode. Entre a idealização e a execução da empreitada, foram dois anos de muito trabalho, no qual ela conta ter brigado com empresários que não apoiavam a ideia e não queriam que ela seguisse em frente.

A cantora conta que decidiu insistir no projeto inspirado pelas sertanejas. Há alguns anos, nomes como Marília Mendonça, Maiara e Maraisa e outras despontavam no cenário musical brasileiro. No começo, elas se apoiavam e o movimento era chamado de "feminejo", hoje, são grandes artistas renomadas. Foi a partir da trajetória dessas cantoras que Karinah percebeu a importância de incentivar a união entre as sambistas e criar uma base para as mulheres que estão começando na música.

"A gente tem que se unir porque isso é empoderamento feminino. É quando você fortalece uma base que não é sólida. É você somar com outras mulheres e formar uma base para que cada uma construa seus pilares. Foi baseado nisso que resolvi bater de frente com um mercado extremamente dominado por homens", diz.

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Karinah conta que quando começou também teve apoio de outras cantoras que estavam há tempos na estrada, como Alcione, então, sente a necessidade de fazer o mesmo. Ela fala que lutar pelas mulheres é um dos principais ideais e fez isso no último ano quando desfilou como puxadora de samba enredo pela Beija-Flor, ao lado de ninguém menos que Neguinho da Beija-Flor.

A artista conta que o próprio sambista a convidou para desfilar. "Durante a pandemia nos encontramos em projetos sociais e ele falou: 'Quero que você saia na Beija-Flor'. Falei: 'Só se for cantando'. Isso fez com que abrisse mais oportunidade para as mulheres", lembra. Para o Carnaval de 2023, Karinah diz que ainda está em negociação com as escolas de samba, mas descarta sair como rainha de bateria ou pagar para estar na avenida.

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"Não faço negócios. Não vou pagar para ser rainha de bateria, para cantar em carro de som. Estou fora. Se pintar qualquer coisa comercial, vocês não vão me ver cantando nem fazendo nada. Acho que as coisas precisam ser saudáveis e as mulheres precisam ser valorizadas. Está muito fora de mim pagar para qualquer coisa."

Em 2022, por conta do Karinah por Elas, a cantora se dedicou mais ao pagode, mas este ano quer voltar às origens e se jogar de cabeça no samba. Para este semestre, a artista planeja lançar um EP com músicas inéditas e a primeira já está disponível, Saudade dos Seus Olhos, em parceria com Dudu Nobre.

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Além disso, a cantora também quer priorizar mais a própria carreira. Ela fala que se dedicou muito a projetos sociais nos últimos anos e a alavancar mulheres sambistas, mas agora a prioridade é fazer com que a própria Karinah estoure, para mostrar que é, sim, possível uma mulher estourar com o samba.

"A prioridade é fazer com que a Karinah se torne uma cantora de samba popular. Até então, não estava forçando muito a barra. Esse ano de 2023 preciso sair dessa bolha. As pessoas precisam conhecer a Karinah para se interessarem por outras mulheres no samba. Vai ser um desafio porque o mercado é dominado por homens", conclui.

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