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Luto, amor e glória: Foo Fighters chama elenco estelar e homenageia Taylor Hawkins com show incrível

No estádio de Wembley, em Londres, grupo de Dave Grohl celebra vida do falecido baterista com seis horas de excelência e emoção

Música|Gabriel Solti Zorzetto, da Record TV

Dave Grohl comandou o primeiro show do Foo Fighters depois da morte de Taylor Hawkins
Dave Grohl comandou o primeiro show do Foo Fighters depois da morte de Taylor Hawkins Dave Grohl comandou o primeiro show do Foo Fighters depois da morte de Taylor Hawkins

É difícil resumir em poucos parágrafos a magnitude que foi primeira apresentação do Foo Fighters para homenagear Taylor Hawkins. O músico morreu em março deste ano, enquanto a banda excursionava pela América do Sul. Sob a batuta de Dave Grohl, os membros remanescentes do Foo Fighters reuniram uma lista extensa de convidados e lendas da música neste sábado (3), no histórico estádio de Wembley, em Londres, para prestar um tributo ao saudoso baterista. Foi o primeiro de dois grandes shows anunciados, cuja a arrecadação será doada para instituições da caridade escolhidas pela família de Taylor Hawkins. O segundo concerto está programado para ocorrer no Kia Forum, em Los Angeles, em 27 de setembro.

Por volta de 16h30, no horário local, o Foo Fighters abriu os trabalhos em Wembley tocando dois clássicos do Oasis escolhidos a dedo, Rock ‘N’ Roll Star e Live Forever, com ninguém menos que Liam Gallagher nos vocais. Pontapé perfeito para o público inglês, haja vista que as canções dos irmãos de Manchester estão enraizadas na cultura britânica, assim como as de David Bowie, o primeiro mito reverenciado do dia, em homenagem liderada por Nile Rodgers, hitmaker do Chic, que animou a plateia com Let’s Dance e Modern Love, faixas produzidas por ele na fase oitentista de Bowie.

O ator Jason Sudeikis, protagonista da série Ted Lasso, marcou presença para introduzir a participação arrebatadora da banda inglesa Supergrass. “Taylor não fez apenas música, ele também era um grande fã. Uma de suas bandas favoritas era o Supergrass. Ele acreditava que seu álbum autointitulado era um dos melhores de todos os tempos”, contou.

Brian May, do Queen, também participou da apresentação em Londres ao lado de Dave Grohl
Brian May, do Queen, também participou da apresentação em Londres ao lado de Dave Grohl Brian May, do Queen, também participou da apresentação em Londres ao lado de Dave Grohl

Após uma mensagem em vídeo de Elton John, que lamentou não poder estar em Londres por conflitos de agenda, Josh Homme subiu ao palco com Dave Grohl e ninguém menos que John Paul Jones, lendário baixista do Led Zeppelin. O trio forma o supergrupo Them Crooked Vultures, que se reuniu pela primeira vez em 12 anos. Eles abriram seu set de três músicas com um cover de Goodbye Yellow Brick Road, seguido de Gunman, do aclamado álbum lançado pelo trio em 2009, e Long Slow Goodbye, do Queens Of The Stone Age, o grupo principal de Homme.

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"Se há uma banda pela qual Taylor e eu compartilhamos um amor musical, é essa banda com a qual passamos muitas noites cantando e dançando", disse o mestre de cerimônias Dave Grohl enquanto os fundadores dos Pretenders Chrissie Hynde e Martin Chambers subiam ao palco. Grohl, ‘’pau pra toda obra’’, tocou baixo enquanto Hynde entregou versões impecáveis de Precious, Tattooed Love Boys e a irresistível Brass In Pocket. "Existe alguma coisa que ele não pode fazer?" Hynde brincou. “Jogar golfe”, respondeu Grohl.

Outra banda que se reuniu no palco de Wembley após um longo hiato foi a James Gang, fundada pelo guitarrista do Eagles Joe Walsh. O grupo de Cleveland não chegou a ser um grande sucesso comercial como os Pretenders, mas ficou conhecida nos Estados Unidos principalmente pelo single Funk #49, de 1970. "Se você já viu uma foto de Taylor Hawkins, provavelmente ele estava usando um maldito boné da James Gang", contou Dave Grohl ao apresentar o grupo, descrevendo-os como "talvez a banda favorita [de Hawkins] de todas e Joe Walsh talvez sua pessoa favorita de todos os tempos."

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Banda fez homenagens também a David Bowie, Jeff Buckley e Amy Winehouse
Banda fez homenagens também a David Bowie, Jeff Buckley e Amy Winehouse Banda fez homenagens também a David Bowie, Jeff Buckley e Amy Winehouse

Em contraste ao som pesado da James Gang, a sequência do espetáculo contou com uma versão emocionante de Valerie, imortalizada por Amy Winehouse, na voz suave de Violet Grohl, filha de Dave – com participação do produtor Mark Ronson na guitarra e cantada em uníssono pelos milhares de fãs no estádio. Violet também interpretou duas canções do cantor folk Jeff Buckley, cujo único álbum lançado em 1994 é considerado uma joia da música popular. A homenagem aos dois artistas não foi à toa. Tanto Buckley quanto Amy tiveram mortes trágicas e precoces, tal como Hawkins.

O show poderia ter acabado ali, mas ainda não era o suficiente para Dave Grohl. O melhor estava por vir. Brian Johnson, vocalista do AC/DC, deu as caras e proporcionou uma verdadeira catarse com o Foo Fighters e o baterista Lars Ulrich, do Metallica, na execução dos clássicos Back In Black e Let There Be Rock. Após as duas canções, ficou o gostinho de ‘’quero mais’’. A euforia permaneceu com a chegada de Stewart Copeland, do The Police - herói de Hawkins e um dos mais habilidosos bateristas de todos os tempos -, para tocar uma versão pesada de Next To You, com Grohl nos vocais, e Every Little Thing She Does Is Magic, com Gaz Coombies, do Supergrass, de volta ao palco.

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Geddy Lee, do Rush, no palco com Grohl na bateria
Geddy Lee, do Rush, no palco com Grohl na bateria Geddy Lee, do Rush, no palco com Grohl na bateria

“Agora, se há uma banda com a qual sempre associei Taylor Hawkins, são esses próximos dois caras”, disse Dave Grohl ao público em êxtase. "Taylor tocou com eles. E devo dizer que não foi apenas uma das melhores noites da minha vida, vê-lo fazer isso, mas talvez uma das melhores noites dele. Então, por favor, sejam bem-vindos ao palco, Geddy Lee e Alex Lifeson, do Rush!". A esperada presença do Rush no tributo não só fez sentido pela influência do grupo canadense na formação musical de Taylor Hawkins, como também pelo fato da banda também ter perdido seu baterista, Neil Peart, recentemente. No início do mês, Lee e Lifeson já haviam surpreendido o público americano com uma aparição na celebração dos 25 anos da série de animação South Park. Na ocasião, tocaram apenas Closer To The Heart. Agora, em Londres, desfilaram todo seu virtuosismo musical com as operetas 2112 e YYZ, peças fundamentais do rock progressivo, além da fantástica Working Man, do primeiro álbum do Rush.

O desfile de lendas proporcionado por Dave Grohl não parou por aí. Brian May e Roger Taylor, do Queen, subiram ao palco para mais um punhado de clássicos, sem a presença de Adam Lambert, atual vocalista da banda. Numa decisão extremamente feliz, fizeram um rodízio nos vocais, dando espaço para figuras da nova geração do pop/rock: Luke Spiller (The Struts), Justin Hawkins (The Darkness) e Sam Ryder, que cantaram We Will Rock You, Under Pressure e Somebody To Love, respectivamente. Ainda teve tempo para o baterista Roger Taylor, mais um dos vários heróis de Taylor Hawkins, cantar I’m In Love With My Car, enquanto Brian May fechou o setlist do Queen sozinho, ao violão, regendo o coro de Wembley para uma versão de Love Of My Life. "Eu sei que Freddie [Mercury] ficaria muito feliz em usar essa música para homenagear Taylor Hawkins", disse para um mar de luzes que transformou Wembley numa galáxia repleta de estrelas.

E por mais difícil que fosse subir ao palco após tudo isso, só uma banda poderia encerrar os trabalhos da noite. A apresentação do Foo Fighers começou com Times Like These, com Dave Grohl visivelmente lutando contra as lágrimas e sendo amparado pelo estádio inteiro em um momento catártico. A partir daí, a banda brilhou em uma versão poderosa de All My Life, sucesso de 2002, com o experiente Josh Freese na bateria. Ocupar o lugar de Hawkins, porém, era demais para qualquer pessoa, então as baquetas trocaram de mãos algumas vezes. Travis Barker, Rufus Taylor (filho de Roger Taylor), e até Nandi Bushell, a garota de 12 anos que certa vez desafiou Grohl no instrumento, ocuparam o assento ao longo do setlist, que ainda contou com The Pretender, Monkey Wrench, Learn To Fly, These Days, Best Of You.

A cereja do bolo: Paul McCartney tocou Oh! Darling, de 1969, pela primeira vez ao vivo
A cereja do bolo: Paul McCartney tocou Oh! Darling, de 1969, pela primeira vez ao vivo A cereja do bolo: Paul McCartney tocou Oh! Darling, de 1969, pela primeira vez ao vivo

A cereja do bolo ficou para o fim. Dave Grohl trouxe Chrissie Hynde de volta ao palco e entregou a maior surpresa da noite: "Ela trouxe um amigo com ela esta noite. Então, todos, por favor, deem as boas-vindas à senhorita Chrissie Hynde - e nosso bom amigo, o senhor Paul McCartney”. A dupla dividiu os vocais em uma versão antológica da balada Oh! Darling, de 1969, nunca antes cantada pelo ex-beatle nos palcos, seguida da explosiva Helter Skelter.

Por fim, o encerramento foi sob fortes emoções para Grohl. “Acho que nunca vi alguém tocar bateria tão forte quanto essa pessoa… Ele é um membro da nossa família e precisa estar aqui esta noite com todos nós.” Uma foto de Hawkins com seu filho Shane foi mostrada e o adolescente se juntou ao grupo na bateria para tocar My Hero. “Espero que vocês tenham sentido todo o amor de todos nós e de todos os artistas, porque sentimos isso de vocês, por Taylor”, concluindo a noite histórica com Everlong.

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