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A história do rock nacional é repleta de mortes, doenças fatais acidentes graves. Apenas a Legião Urbana, uma das maiores bandas brasileiras do gênero, conta com duas tragédias entre seus músicos. Mas as histórias tristes não estão restritas à banda de Brasília. Impossível esquecer o acidente aéreo que vitimou os cinco componentes dos Mamonas Assassinas, em 1996. Ou a tentativa de assalto que deixou paraplégico o baterista do Rappa, Marcelo Yuka. Relembre essas e outras histórias trágicas que marcaram o rock nacional
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Mamonas Assassinas
A banda foi um dos maiores fenômenos da história musical brasileira. Em cerca de seis meses de existência, dominava as rádios e as listas de discos mais vendidos do país. O grupo ainda alternava participações semanais nos programas de auditórios de maior audiência dos anos 90, o Domingo Legal e o Domingão do Faustão. Criados em Guarulhos, na Grande São Paulo, os cinco rapazes humildes viviam o sonho de ser rock star cantando músicas escrachadas e conquistando até o público infantil.
Mas um acidente trágico colocou fim nessa história surpreendente. Em 2 de março de 1996, quando voltavam de um show em Brasília, o jatinho que levava a banda se chocou contra a Serra da Cantareira. A aeronave estava com problemas no manche e não atendia aos comandos do piloto. Dinho, Sergio e Samuel Reoli, Julio Rasec e Bento Hinoto não tiveram chances de se salvar
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Renato Russo
O vocalista, compositor e guitarrista da Legião Urbana foi um dos principais ícones de sua geração. Letrista competente, o músico também se destacava por ser aberto sobre temas polêmicos, como uso de drogas e homossexualidade
Renato esteve próximo da morte em várias ocasiões. Na adolescência, desenvolveu uma doença degenerativa que o deixou de cama durante um ano. Antes de gravar o primeiro disco da Legião, Renato tentou se suicidar cortando os pulsos.
Inclusive esse incidente culminou na entrada de Renato Rocha para a banda. Alcoólatra e viciado em drogas, Renato teve problemas de saúde decorrentes dos abusos. Mas o que fez o músico ter sua saúde abalada foi a descoberta de ser portador do vírus HIV. Russo contraiu a doença ao namorar com Robert Scott Hickmon, um americano que ele conheceu em Nova York no ano de 1989.
À época, Hickmon tinha um namorado em estado terminal com AIDS. Mesmo assim, Renato viveu um romance com o rapaz, que chegou a morar por um tempo no Brasil. Em 90, o músico fez um exame de sangue e descobriu a doença. Depois, Renato chegou a escrever letras que davam a entender que ele poderia ter contraído HIV, mas nunca chegou a assumir publicamente. Um mês antes de morrer, em 11 de outubro de 1996, o músico deixou de tomar o coquetel anti-HIV, deixou de se alimentar e passou a viver à base de água de coco
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Renato Rocha
Encontrado morto aos 53 anos no Guarujá, Renato Rocha (também conhecido como Billy e Negrete) é dono de uma das histórias mais trágicas do rock nacional. Ele conheceu a fama e a fortuna e também viveu tempos sombrios nas ruas do Rio de Janeiro. Nascido na Baixada Fluminense e criado em Brasília, o músico de origem humilde entrou para a Legião Urbana de maneira casual
Após passar seis anos como morador de Rua, no Rio, Rocha foi encontrado sem vida em um quarto de hotel localizado na praia da Enseada, no Guarujá, na madrugada do dia 22 de fevereiro. O músico tinha 53 anos e estava acompanhada de uma amiga, que repousava em outras acomodações. Ele deixa dois filhos e um neto recém-nascido. Recentemente, Rocha tocou em tributos à Legião e ensaiava um novo retorno aos palcos
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Cazuza
Cazuza tem uma história trágica semelhante à de Renato Russo. O músico carioca, que começou a carreira como cantor do Barão Vermelho, definhou publicamente. Ele nunca teve receio de aparecer em programas de TV ou shows com um corpo muito mais magro, quase esquelético. No total, o músico perdeu quase 30 quilos.
Ele foi a primeira figura pública brasileira a admitir que havia contraído HIV, em 1989, em uma entrevista à revista Veja. Na matéria, ele comenta sobre sua bissexualidade e abre o jogo a respeito do envolvimento com drogas e álcool. Cazuza passou por tratamento em um hospital norte-americano, mas a doença não regrediu. Em 1990, o artista morreu de choque séptico, causado pela AIDS. Seu enterro reuniu mais de mil pessoas
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Herbert Vianna
Herbert Vianna foi vítima de um acidente aéreo. Fã de aviação, o músico costumava pilotar ultraleves para se deslocar pelo Rio de Janeiro. Em 4 de fevereiro de 2001, aos 39 anos, ele se preparava para fazer uma pequena viagem com sua mulher, Lucy. Ao tentar fazer um looping, a aeronave falhou e se chocou contra o mar de Mangaratiba. Após o acidente, foi constatado que o ultraleve tinha problemas de fabricação
A esposa de Herbert, Lucy, morreu na hora. O músico ficou internado por 44 dias em coma. Herbert ficou paraplégico e perdeu parte da memória com o acidente, mas a recuperação gradual permitiu que ele voltasse aos palcos e gravasse discos com o Paralamas do Sucesso
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Chorão
Chorão foi outro músico de rock que era visto como ícone de uma geração. Líder da banda santista Charlie Brown Jr, o músico era conhecido por ser despojado, fã de rap e bom skatista.
Apesar de nunca revelar publicamente, ele quase sempre teve problemas com drogas. Chorão conseguiu controlar os abusos em diversas ocasiões. Mas em março de 2013, o músico foi vítima de uma overdose de cocaína no apartamento que mantinha em Pinheiros, zona oeste de São Paulo. À época, Chorão estava separado da mulher, Graciela, e passava por um quadro de depressão. A repercussão pela morte do artista foi enorme e o velório, em Santos, reuniu mais de cinco mil pessoas e durou cerca de 13 horas
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Champignon
Seis meses após a morte de Chorão, o baixista do Charlie Brown Jr, Champignon, cometeu suicídio. O músico posicionou o revólver na boca e deu um tiro na cabeça na noite de 9 de setembro. Sua mulher, grávida de cinco meses, foi levada em choque para o hospital. O motivo para a morte não está claro, mas o músico poderia estar com depressão e dívidas. Champignon respondia a sete processos e era chamado de traidor pelos fãs por ter assumido os vocais da banda após a morte de Chorão
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Marcelo Fromer
O guitarrista dos Titãs foi vítima de um atropelamento em 11 de junho de 2001. Fã de corrida de rua, ele praticava o esporte no bairro do Itaim Bibi, zona oeste de São Paulo. Ao atravessar a avenida Europa, foi atingido por uma motocicleta conduzida por Erasmo Castro, que fugiu sem prestar socorro. Ele deixou três filhos e uma biografia inacabada sobre o ex-jogador Casagrande
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Marcelo Yuka
O baterista e principal compositor da banda O Rappa foi vítima de uma trágica ironia: autor de letras sobre a violência urbana, ele foi mais uma vítima a entrar nas estatísticas desse problema social. Em 9 de novembro de 2000, o músico ajudou uma mulher durante uma abordagem criminosa e acabou sendo baleado pelas costas dentro de seu carro. Yuka foi atingido por quatro tiros – dois no braço esquerdo, um nas costas e um no pescoço. O incidente deixou o músico paraplégico. Ao não poder mais tocar bateria, foi forçado a se desligar d'O Rappa
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Chico Science
A banda Chico Science e Nação Zumbi foi um dos projetos mais criativos do rock nacional em toda a história. Fazendo um som intitulado pela mídia como mangue beat, o grupo saiu do Recife para atingir o sucesso em nível nacional.
Chico Science, porém, foi vítima de uma fatalidade. Ao dirigir pela rodovia PE-1, Science colidiu com seu Uno em um poste. O músico não resistiu e chegou morto ao hospital. Dez anos depois, a família de Science recebeu indenização da Fiat, pois o cinto de segurança do veículo se rompeu no acidente
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Peu
Filho de Luiz Galvão, da banda Os Novos Baianos, Peu Souza se destacou ao gravar o disco Admirável Chip Novo, da cantora Pitty. Após se desligar da banda, montou o Nove Mil Anjos, ao lado de Champignon e Junior Lima. Em 5 de mais de 2013, o guitarrista teve uma discussão com a esposa, que abandonou a casa e levou os dois filhos do casal. Transtornado, Peu se enforcou com um cinto
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Arnaldo Baptista
Multi-instrumentista, o músico fez parte dos Mutantes com Rita Lee e Sérgio Dias Baptista entre 1967 e 1973. Após sair da banda, lançou discos clássicos, como Lóki? de 1974. Mas em 1982, o músico tentou se jogar da janela do quarto andar do hospital em que estava internado para tratar de problemas psicológicos. Ele passou cinco anos se recuperando dessa tentativa de suicídio, até lançar Disco Voador (1987). O músico nunca se recuperou completamente do acidente auto-infligido, mas continuou lançando discos, fazendo shows e pintando quadros
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Rodrigo Netto
Em 4 de junho de 2006, o guitarrista da banda Detonautas Roque Clube foi baleado por bandidos no Rio. Rodrigo levou um tirou na axila esquerda, que o matou na hora. A polícia contou que o músico reagiu ao assalto e os ladrões perseguiram seu carro por 100 metros, enquanto baleavam o automóvel. O irmão do músico, que o acompanhava, também tomou tiros, mas se recuperou
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José Cezar
O guitarrista do Catedral foi vítima de um acidente pouco comum pelas estradas do Brasil. Ao dirigir na linha vermelha, Cezar foi atingido por um pneu que se soltou de um carro que passava pela via oposta. O músico ainda foi levado ao hospital, mas rapidamente teve morte cerebral
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Julio Barroso
Julio foi outro músico que caiu da janela do quarto. Mas é provável que a queda tenha sido acidental. O músico, líder da Gang 90 e os Absurdettes, morreu em 6 de junho de 1984
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