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PrimeiraMente fala sobre álbum inédito "Na Mão do Palhaço"

Segundo álbum do grupo paulista de rap representa trajetória dos integrantes

Música|Ana Beatriz Azevedo, do R7*

Capa do álbum que será lançado nessa sexta (8)
Capa do álbum que será lançado nessa sexta (8)

Nesta sexta-feira (8), o segundo e aguardado álbum do grupo paulista de rap PrimeiraMente, Na Mão do Palhaço, chega às plataformas digitais. O disco conta com 13 faixas que representam a realidade, as conquistas, as decepções, os desejos e o inferno pessoal de cada um dos quatro integrantes do grupo: Raillow, Leal, NP Vocal e Gali.

A obra transparece também a maneira como essa atmosfera se manifesta no coletivo, na rotina, no que os olhos não podem deixar de ver.

O álbum que sucede o A um Passo do Precipício, lançado em 2014, conta com instrumentais dos beatmakers Lotto, DJ Murillo, TH, DJ Tadela, DJ Fire e Dj Batata'Killa, guitarra de Fernando Carvalho, mixagem de Caio passos e master de Arthur Luna. Ele foi todo produzido por Diresponsa, com gravação e direção técnica do próprio TH, que é sócio do estúdio, juntamente com o Igor Selingarde. 

Igor, aliás, é responsável pela direção e produção audiovisual do grupo paulista. Os clipes dos singles Vê Bem, Primavera e Nós Estamos Bem, que integram o cd e já estão disponíveis nas plataformas digitais, foram dirigidos por ele.


O grupo possui uma formação diferente do primeiro albúm. Com a entrada do NP vocal muito se agregou pro grupo, principalmente em musicalidade. A história é longa, e a conexão é forte. O NP era da mesma quebrada do DJ Fire, que toca com os meninos desde agosto de 2013, pouco tempo depois que ele lançaram o EP Basta Acordar. Segundo Leal, eles tinham se apresentado umas seis ou sete vezes só. No EP, Fire participou fazendo os scratch, mas os meninos nem conheciam a figura pessoalmente.

O grupo se formou como PrimeiraMente no fim de 2012. Basta Acordar foi lançada em fevereiro de 2013. Fire entrou alguns meses depois e já fez parte de todo o processo do cd A Um Passo do Precipício. Ele conhece NP vocal a anos, mas a conexao com o moleque aconteceu depois.


NP explicou um pouco sobre o encontro.

— O DJ mostrou meu trampo pros moleques, e eles falaram "ah traz ele aí fazer um showzinho. Aí começamos a colar ali na Hole, na Augusta. Os moleque deram um espaço pra mim, que eu já tinha um sonzinho desbaratinado que eu fazia, e foi indo. Aí é uma intimidade com a música. Eu ficava ali no palco fazendo as dobras dos sons dos moleques que eu nem conhecia, eu só ia acompanhando.


"Na Mão do Palhaço" é o segundo álbum do Primeiramente
"Na Mão do Palhaço" é o segundo álbum do Primeiramente

Depois disso, NP começou a gravar o EP solo ali no Diresponsa e essa convivência com os meninos do grupo ficou cada vez maior.

— Eu comecei a fazer meu som no TH. Como estava junto ali fazendo, a gente falava "ah, vamo lançar esse sonzinho como participação". Quando foi ver, tinha cinco participações minhas no cd do PrimeiraMente.

Aí nem tinha como, NP já fazia parte do grupo. No começo, a entrada dele até teve certa resistência, afinal a figura dos três juntos já era forte, mas com o passar do tempo ele realmente se tornou parte do grupo, da música.

“Hoje ele já faz parte mesmo do bagulho, eu não consigo ver a gente seguir por enquanto sem ele, virou um irmão pra mim. Eu quero sempre ele do meu lado. Foi um bagulho sinistro, nunca tinha acontecido isso. Mas quando ele entrou mesmo pro grupo eu me lembro que ficamos na dúvida de colocar participação em todas, ou colocar ele no grupo mesmo, porque a gente já tinha praticamente todas as músicas encaminhadas”, disse Raillow.

A decisão caminhou para integrar NP realmente ao grupo e as faixas que ele ainda não participava foram completadas depois. Todas as 13 músicas mostram a evolução do grupo ao longo desses três anos desde o último cd e mostram também o que cada integrante passou, e como isso foi significativo para o amadurecimento pessoal e artístico de cada um.

Álbum é resultado dos anos de amadurecimento
Álbum é resultado dos anos de amadurecimento

Raillow explicou um pouco da diferença do processo criativo de um cd pro outro.

— Foi totalmente diferente a criação daquele cd pra esse, outra fita, o que a gente viveu do cd A Um Passo do Precipício pra cá, foi o que realmente fechou o que a gente é, as personalidades, nosso estilo de vida, o que nós gostamos, o que não gostamos. A gente amadureceu muito.

E Gali completou.

— A gente viveu na mão do palhaço, as ideias se mantém as mesmas, a essência a mesma, mas cada um sofreu, um na norte, um na leste, um no ABC... cada um teve vitórias também. Amadurecemos muito em musicalidade, com a entrada do NP inclusive, é um bagulho que é diferente de uns anos pra cá. Se politizar, tomar as decisões certas pra ser exemplo, isso é consciência, isso é amadurecer. Musicalidade é correr atrás, estudar, pesquisar. 

Esse álbum reflete esse aprendizado, essa evolução, em termos de musicalidade, a ampliação da versatilidade musical e do liricismo é clara. A sustentação de ideias e postura também. O albúm não tem tema, fala sobre o cotidiano, neuroses pessoais, mulheres, drogas, mas a forma de conduzir todos esses assuntos é particular. “Para nós é diferente, tá ligado, a gente não consegue fugir, não consegue tapar o olho da realidade. Para mim, se eu falasse de outra forma, eu ia tapar o olho", diz Raillow. “Se a gente fugisse da realidade que a gente vive, não ia ser rap. Ia ser pop”, completou Gali.

Na Mão do Palhaço será disponibilizado nas plataformas digitais nessa sexta (8)
Na Mão do Palhaço será disponibilizado nas plataformas digitais nessa sexta (8)

Sobre a maneira de falar, NP pontuou com precisão.

— Até temas delicados de drogas, esses bagulhos, é se expor, tá ligado. É mais difícil do que parece. Não tem tema que faz apologia, mas tem tema que fala de droga, por exemplo, que fala de assalto. É a nossa atmosfera. São conselhos, esse bagulho todo que faz mal para nós, que a gente está

vendo, está vivendo, que a gente está face a face. Não estamos escondendo, a gente está extraindo em música. A gente está mostrando para o cara: "ó, o bagulho é assim, esses são meus demônios".

Os meninos esperam com essa obra atingir o maior número de pessoas possível, que transforme, motive e seja alternativa para o mundo como rap foi pra eles um dia. E a partir desta sexta-feira (8), vai estar todo mundo Na Mão do Palhaço.

*Estagiária do R7, sob supervisão de Thiago Calil

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