Shows do Oasis juntam gerações e mostram que música boa não tem prazo de validade
Após 16 anos de hiato, banda encerra turnê em SP com apresentações nostálgicas que selaram a reconciliação dos irmãos Gallagher
Música|Mariana Morello, do R7
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Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7
Com 41 shows e 142 dias depois, a turnê Live 25 da banda inglesa de rock Oasis chegou ao fim em uma apresentação catártica em São Paulo. O domingo (23) fechou com chave de ouro o fim de semana da banda em terras brasileiras e marcou o ápice de quase duas décadas de espera. Liam e Noel Gallagher subiram ao palco pela última vez como se fosse a primeira e entregaram ao público exatamente o que ele precisava: uma boa dose de vida.
Acompanhados pelos guitarristas Bonehead (em tratamento contra um câncer de próstata e ausente em alguns shows) e Gem Archer, pelo baixista Andy Bell e pelo baterista Joey Waronker, os irmãos Gallagher fizeram 68 mil pessoas entrarem em perfeita sintonia e, de certa forma, voltarem no tempo.
Na plateia, uma frase se repetia: “Isso é pelo ‘meu eu’ adolescente.” A nostalgia uniu quem cresceu ouvindo os irmãos e até quem nem era nascido ou não conhecida a banda quando os maiores sucessos foram lançados. Oasis envolveu todos em uma mesma atmosfera e mostrou, mais uma vez, o poder da música feita com o coração.
O setlist, fixo desde o primeiro show da turnê, trazia 23 músicas. Extenso o suficiente para preencher as tradicionais duas horas de apresentação, mas curto demais para matar a saudade acumulada nos 16 anos de hiato.

Desde que Noel colocou um ponto-final no Oasis em Paris, supostamente após uma briga nos bastidores em que Liam teria empunhado uma guitarra como um machado, muita coisa mudou. Na Live 25, os irmãos entraram em todos os shows de mãos dadas. No palco, os gestos de carinho e as brincadeiras seguiam, incluindo a já famosa “apertadinha no bumbum” que Liam dá no irmão mais velho.
E foi justamente essa reconciliação o ingrediente mais do que especial para o reencontro. No palco, uma família se reunia novamente. Na plateia, também.
Reunião de família
Hoje, pais de três (Noel) e quatro (Liam), os Gallagher viveram uma dinâmica completamente nova nos bastidores. Filhos, familiares e amigos acompanharam a dupla ao redor do mundo nessa jornada afetiva. E o que antes era a bagunça e curtição típicas de estrelas do rock, virou algo mais terno.
“O melhor ano da minha vida, passado com as melhores pessoas e com trilha sonora da melhor banda.” Foi assim que Anaïs Gallagher, filha mais velha de Noel, abriu seu texto de despedida da Live 25. Ela tinha apenas 9 anos quando o Oasis se separou, em 2009.
Agora, aos 25, Anaïs era presença constante no backstage e no cercadinho de friends and family [’amigos e família’, em inglês], muitas vezes acompanhada dos irmãos Donovan e Sonny, e dos primos Lennon, Gene e Molly, filhos de Liam.
Na plateia, pais e filhos, mães e filhas, casais, melhores amigos e famílias inteiras se reuniam para ver a história acontecer ao som da trilha que marcou tantas vidas.
Ao longo do ano, a banda divulgou “after movies” oficiais dos shows — e a reação mais comum do público era o choro catártico de quem vê a própria vida passar diante dos olhos e mal acredita estar vivendo aquilo ao vivo e em cores.
Em São Paulo, não foi diferente. Pessoas trocavam olhares cúmplices e se abraçavam como quem diz: “nós conseguimos.” Entre lágrimas, risadas, um canto devoto e um chão que parecia tremer, ficou claro: o tempo curou as feridas dos irmãos Gallagher. E, de alguma forma, eles curaram as nossas.
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