Comemorando seu aniversário, Baco Exu do Blues lança seu álbum no RJ
O rapper tocou as músicas novas para um Circo Voador lotado e em êxtase
Não é exagero algum falar que Baco Exu do Blues é um dos nomes mais relevantes da atual cena do rap nacional. Em dois anos seguidos, o rapper baiano fez lançamentos que ganharam destaque na cena musical brasileira. Não à toa, ele apareceu entre os 10 melhores nas nossas listas de fim de ano, tanto na de 2017 quanto na do ano passado. Na última sexta (11/01), Baco subiu no palco do Circo Voador, no Rio de Janeiro, para apresentar aos cariocas a experiência ao vivo de seu aclamado novo álbum, Bluesman, justamente no dia em que completou 23 anos de idade. Estivemos lá e vamos contar como foi. Spoiler: a apresentação teve rodinhas animadas e frenéticas e uma troca de energia surreal entre o artista e seu público.
O álbum na íntegra Bluesman é um álbum completo em termos de conceito e mensagem. Na apresentação, foi notável a preocupação de não apenas entreter o público com os beats dançantes propostos pelas músicas. A mensagem tinha que ficar bem clara. Isso já ficou perceptível desde o início da apresentação. O telão, que teve muita importância para a parte visual do show, começou com trechos do filme oficial lançado por Baco em seu canal do YouTube. A curta exibição terminou em casamento perfeito com o ápice da euforia do público ao ouvir as notas de 'Mannish Boy', originalmente gravadas por Muddy Waters. Era a introdução da faixa-título, que previsivelmente seria responsável pela abertura do show. A narrativa proposta pelo álbum foi mantida e transposta para a apresentação de uma maneira que ninguém colocasse defeito. Baco não fez isso sozinho, já que o telão e os músicos de apoio deram grande profundidade às canções. Por falar em narrativa e em músicos de apoio, um grande destaque vai para Ricardo Caian, que foi responsável pela guitarra. Para o contexto de Bluesman, importante a presença de um guitarrista no palco. Lá estava ele, um homem com sua guitarra afastado no canto esquerdo, simbolizando os solitários homens do blues. Caian ganhou destaque como o único instrumentista no palco, a exemplo do solo da música 'Flamingos

Minotauro de Borges' até canções de seu primeiro álbum que tiveram mais tempo para serem decoradas, como 'Abre Caminho

Esú' e 'Girassóis de Van Gogh', precisava ser extravasada. Foi a deixa para que ele mesmo incentivasse uma explosão do público, durante a reconhecível introdução de 'Abre Caminho'. Diante dele, abriu-se uma rodinha gigante que ficou ativa até o final do show. Como já dito antes, o público ganhou destaque por seu protagonismo em meio ao show. Para parabenizar o aniversário de Baco, foi cantada a cantiga popular 'Parabéns Para Você', antes mesmo do início do show, e outra vez após a performance de 'Queima Minha Pele'. As participações também merecem destaque. 1LUM3, tal como no álbum, participou da performance da incrível 'Me Desculpa Jay-Z'. Mas a surpresa que levou o público ao delírio foi a de 'Flamingos', que seguiu a gravação original ao contar com a participação de Lio e Lay Soares, da banda Tuyo. Uma participação que fez falta foi a de Tim Bernardes em 'Queima Minha Pele', mas os vocais do refrão foram muito bem substituídos por Caian. 'Já acabou?' Não podemos omitir o único problema do show: a duração. Mas não é uma crítica, já que era um show da turnê de um novo álbum que tem exatos 30 minutos de duração. Músicas do álbum Esúforam tocadas para ampliar a setlist, que somaram em um total de pouco mais de uma hora de show. Foram 'Abre Caminho', a faixa-título e o hit 'Te Amo Disgraça'. Mas isso foi feito de uma forma delicada que não interferisse na narrativa do álbum e, portanto, do show. O show foi encerrado, tal como é o álbum, como a música 'BB King'. Logo após a performance, os créditos do filme de Bluesman subiram no telão, conforme Baco e companhia deixavam o palco. Parte do público permaneceu embaixo da lona esperando uma volta triunfal, mas não tiveram as expectativas correspondidas. Não teve bis nem nada. Mas talvez fosse o certo encerrar por ali mesmo. Aliás, se a ideia era valorizar Bluesman, e o álbum foi tocado inteiro, o bis seria com uma música já tocada? A questão é que o público se mostrava pronto para mais: para mais músicas, mais rodinhas e mais Baco. A impressão geral foi que o show, apesar de incrível, passou rápido demais. Mas a situação condiz exatamente com aquele ditado que diz que 'o tempo passa rápido quando a gente se diverte'. Obrigado, Baco! Em meio a este calor infernal de verão, os cariocas puderam se sentir de alma lavada. Confira abaixo fotos da apresentação e a setlist completa: [gallery td_select_gallery_slide='slide' td_gallery_title_input='Baco Exu do Blues no Circo Voador (11/01/19)' ids='319248,319251,319261,319253,319259,319254,319255,319256,319257,319263,319252,319250,319249'] Setlist Baco Exu do Blues no Circo Voador (11/01): 1 – “Bluesman” 2 – “Queima Minha Pele” 3 – “Esú” 4 – “Flamingos” (part. Tuyo) 5 – “Girassóis de Van Gogh” 6 – “Te Amo Disgraça” 7 – “Abre Caminho” 8 – “Minotauro de Borges” 9 – “Kanye West da Bahia” 10 – “Me Desculpa Jay-Z” (part. 1LUM3) 11 – “Preto e Prata' 12 – “BB King” https://www.youtube.com/watch?v=hwGlsEgABBw https://www.youtube.com/watch?v=cuXZ-hKzpqg