Ethel Cain fala sobre amor e identidade no pop
Cantora norte-americana revela influências artísticas e compartilha aprendizados
TMJ Brazil|Do R7

Na última quinta-feira (24), a cantora norte-americana Ethel Cain concedeu uma entrevista à revista britânica The Guardian. Durante a conversa, a artista refletiu sobre suas origens musicais, comentou suas principais influências — citando nomes que vão da música à sétima arte, como o cineasta David Lynch — e abordou temas íntimos, como seu primeiro relacionamento amoroso e sua complexa relação com a cultura pop.
Aos 27 anos, Ethel Cain falou com sinceridade sobre sua visão do amor, revelando que essa temática ainda é algo novo e desafiador para ela. Segundo a cantora, seu entendimento sobre o sentimento permaneceu, por muito tempo, preso a idealizações juvenis:
“O amor sempre foi minha fronteira final, eu nunca o explorei. Eu nunca evoluí além da ideia de amor que tinha na adolescência.”
Ao discorrer sobre a construção lírica e emocional de sua discografia, Ethel explicou como suas experiências pessoais moldaram a narrativa de cada álbum, especialmente no que diz respeito à forma como o amor e o trauma se entrelaçam em sua obra. Ela traçou um paralelo entre dois de seus trabalhos mais relevantes:
“Se o álbum Preacher’s Daughter, de 2022, foi minha experiência de aprendizado sobre o que não fazer com o trauma e a cura, Willoughby Tucker tem sido minha experiência sobre o que não fazer no amor”, explicou. “Toda a trilogia Preacher’s gira em torno do amor. Amor perdido, amor conquistado, amor pervertido, amor roubado. O amor é tudo para nós. Não importa o que você ama ou quem você ama, mas sim que você ame algo — e esse amor é o que te impulsiona todos os dias. Para o bem ou para o mal, acho que isso é algo lindo.”
Ainda na entrevista, Ethel Cain abordou a maneira como lida com sua identidade artística dentro do universo da música pop. Ela revelou ter enfrentado, durante muito tempo, um certo desconforto em se posicionar dentro desse gênero, especialmente por conta da forma intensa — e por vezes tóxica — com que fandoms se comportam e consomem a cultura pop contemporânea:
“Sempre tive dificuldade com a minha identidade no pop. Eu amo música pop, mas meu problema por um tempo foi a forma como os fandoms operam.”
Apesar das reservas iniciais, a artista contou que aprendeu a lidar melhor com essa realidade. Hoje, encara com mais leveza o processo de exposição que acompanha o lançamento de um projeto artístico, compreendendo que o público também participa da construção de sentidos em torno de sua obra:
“Desde então, fiz as pazes com isso. No fim das contas, você faz o que faz, coloca no mundo, e as pessoas podem fazer o que quiserem com isso.”
O novo álbum de Ethel Cain “Willoughby Tucker, I’ll Always Love You” tem data de lançamento marcada para o dia 8 de agosto deste ano. O disco marca o quinto álbum da carreira de Ethel.