Villa Mix segue os passos do Rock In Rio e vai ter edição em Lisboa
Festival também pretende lançar uma data nos Estados Unidos
Música|Helder Maldonado, do R7

Seis anos atrás, o Villa Mix Festival surgia timidamente em Goiânia (GO) como um evento criado para promover os artistas do escritório Audio Mix, à época responsável pelas carreiras de Jorge e Mateus e Gusttavo Lima.
A proposta de um festival sertanejo inspirado nos moldes dos eventos de rock, no entanto, foi muito bem aceito pelo mercado e pelo público. Afinal, até ali, quem tivesse o interesse de ver artistas do gênero reunidos, precisaria encarar rodeios e festas agropecuárias.
Nos anos seguintes, o evento precisou expandir sua presença em outros estados, com artistas de gêneros variados e cantores de escritórios que são rivais históricos da AudioMix.
O produtor geral do evento, Marlus Marcelus, explica que mesmo com essa consolidação e crescimento da marca, o evento ainda tem edições deficitárias em algumas praças. Isso porque desde que virou itinerante, há cinco anos, o Villa Mix arriscou levar o projeto para capitais sem tradição em grandes eventos, como Boa Vista (RR), Macapá (AP) e Porto Velho (RO).
— Estamos tentando criar a cultura de grandes eventos nesses locais. Não é fácil, admito. Chegar até essas cidades é mais caro e não podemos repassar isso no valor dos ingressos. Mas acredito que no longo prazo, isso será benéfico não só pra nós, mas pro mercado em geral. E ainda leva lazer pra população local.
"Hoje o ecletismo impera entre o público"

Nas edições mais recentes do evento, também fica claro que, aos poucos, o VillaMix tenta ser um concorrente de menor porte do Rock in Rio. Na edição de Goiânia, que aconteceu em junho deste ano, a escalação de atrações internacionais como Maluma e Demi Lovato mostra essa tendência. A inserção de experiências "extra música" no estacionamento do Estádio Serra Dourada também comprovam esse direcionamento.
No evento de São Paulo, que acontece neste fim de semana, o show da banda Fifth Harmony mantém a onda de shows pop e internacionais do Villa.
— Inicialmente, ficamos receosos em escalar DJs, cantores pop e de forró pro Villa. Porém, uma observada simples no comportamento dos frequentadores desses eventos prova que já não há mais essa divisão. Hoje o ecletismo impera entre o público.
Além do grupo pop norte-americano, neste quinto VillaMix São Paulo, estarão presentes no Estádio do Morumbi Jorge & Mateus, Matheus & Kauan, Alok, Simone & Simaria e Aviões. O palco que receberá esses nomes é uma réplica reduzida do usado em Goiânia, que foi considerado o maior do mundo, com 120 metros.
Números e futuro
Nessa atual turnê do festival pelo Brasil, o VillaMix vai passar por 24 cidades diferentes. Ao todo, o planejamento é reunir até 800 mil pessoas e gerar até 5 mil empregos diretos e indiretos.

Até por conta dessa estrutura, Marlus Marcelus critica o fato do segmento de entretenimento não ter o reconhecimento merecido, seja do mercado publicitário ou das autoridades públicas.
— É um trabalho difícil dialogar com as agências. Já quanto ao poder público, nosso problema é o mesmo que o da maioria dos empresários: alta taxa tributária. Em São Paulo, ainda temos o agravante de só poder vender cerveja, refrigerante e água. E todo mundo sabe que o público sertanejo adora uma vodca com energético. O cliente fica insatisfeito e a gente deixa de lucrar.
Mas mesmo com esses entraves e uma crise econômica que se alojou no País desde 2013, o Villa Mix garante que não foi afetado nem pensa em parar de expandir. Em 2018, a ideia é levar o festival para o exterior, tendo datas em Lisboa, em Portugal, e uma cidade americana, que pode ser Miami ou Las Vegas.
— Nesse formato, vamos tentar mesclar os brasileiros com estrelas locais. Com isso, a ideia é tentar fazer com que o público do País tenha interesse de conhecer nossos artistas também. Não queremos dialogar só com a comunidade brasileira.