Adriano Garib lança romance sobre ruínas e obras inacabadas
Livro escrito em quatro anos narra a vida de um artista solitário obcecado pela própria obra
Pop|Juca Guimarães, do R7

O ator Adriano Garib, do elenco de Vidas em Jogos, da Rede Record, está lançando o livro A Arte de Construir Ruínas, pela Poligrafia Editora. O romance mistura realismo fantástico e uma narrativa envolvente para contar a história do personagem Angelo, um artista cuja obra inacabada, propositalmente, se arrasta por toda a sua vida. Ao longo do livro surgem outros três personagens com histórias dramáticas e fragmentadas.
“São quatro existências à mercê do tempo numa narrativa que salta, descontínua, ela própria em ruínas. A nós, leitores, é deixada a tarefa de recolher os cacos dessa história fragmentada, prismática, como nossas próprias vidas, permanentemente editadas por nossas percepções, formadas de encontros ao acaso, que vão adquirindo sentido pelos afetos que neles investimos”, define Garib, que, além de escritor e ator, também é jornalista.
O lançamento do livro aconteceu nesta quarta-feira (18), na Livraria Travessa, no Shopping Leblon, no Rio de Janeiro.
O ator fez grande sucesso com personagens marcantes nas novelas Salsa e Merengue, Duas Caras e Salve Jorge. Atualmente, participa da peça Elogio da Paixão, no Centro Cultural Correios, na região central da cidade, com André Arteche e Marina Palha. A direção é do Marcelo Pedreira.
R7 — Como surgiu a ideia do livro?
Adriano Garib — A ideia, a princípio, era escrever um "romance-ruína", um obra da qual só conhecêssemos alguns trechos, algo que tivesse sido achado nos escombros de algum lugar remoto. Caberia ao leitor, neste caso, preencher os hiatos e suprir as lacunas. Ao começar a escrever o livro, decidi fazer tudo girar em torno de um personagem: um artista solitário (Ângelo), obcecado por sua obra, que decide não terminá-la para que ela possa ser o reflexo fiel de sua vida.
R7 — Quanto tempo demorou para escrever o livro?
Garib — Como não sou exatamente um "escritor de ofício", levei quatro anos para compor a obra. Escrever um romance é um trabalho monumental, que exige fôlego e muita paciência. Além do fato de que é profundamente solitário escrever. E profundamente terapêutico! Personagens virtuais nos fazem uma delicada e aconchegante companhia. Sempre. Ou nem sempre.
R7 — Você fez trabalhos paralelos enquanto escrevia a obra, isso ajudou na elaboração do livro?
Garib — Meu "trabalho paralelo", além de minhas inúmeras ocupações como artista, foi viver a vida (um bom pedaço dela) e, de alguma forma, incluir tais experiências (de uma perspectiva puramente ficcional) na obra.
R7 — Você tinha um perfil de leitor na sua cabeça quando estava escrevendo o livro?
Garib — Impossível (ao menos para mim) pensar em "quem vai ler a carta". O romance (todo o romance) "é" de quem decide lê-lo. Quem o lê, de alguma forma dele se apropria! Quase como se fosse o autor da coisa!