Advogado refugiado do Congo elogia mensagem de esperança no filme "Os Dez Mandamentos"
Há um mês no Brasil, jovem de 29 anos saiu de um país marcado pela guerra
Pop|Do R7

O advogado Giresse Kabongo, de 29 anos, nasceu na República Democrática do Congo (ex-Zaire) e viu o seu País mergulhar numa sucessão de guerras e ditaduras. A violência e a instabilidade política resultaram em milhares de mortes nos últimos anos.
Giresse chegou ao Brasil como refugiado no dia 12 de janeiro deste ano, após 12 horas de viagem. Foram cinco horas de voo entre Kinshasa (capital do Congo) e Casablanca, no Marrocos, país que fica no Norte da África. Do Marrocos até São Paulo, foram mais sete horas de viagem e muita apreensão sobre como seria a vida nova no Brasil.
Os pais de Giresse são professores e fazem oposição ao governo do ditador Joseph Kabila, no poder desde janeiro de 2001. "Não temos liberdade no Congo. Quem se posiciona contra o governo acaba morto. O povo sonha e reza por um futuro melhor e mais democrático", disse o advogado.
Giresse faz uma comparação entre o enredo do filme "Os Dez Mandamentos" e a situação política no Congo. "O filme é um ótimo exemplo de luta, resistência e fé. Quando eu era garoto, líamos a Bíblia na escola. A história de Moisés e o fim da tirania do faraó contra o povo deixaram uma impressão muito forte em todos. Vendo o filme, eu renovei a esperança na fé e na liberdade", disse.
Assim como o faraó Ramsés desafiou Moisés e se recusou a libertar os hebreus, o advogado avalia que a população no Congo sofre nas mãos de um ditador. "A censura é muito grande. Temos riquezas como os diamantes e o petróleo, mas nada disso é compartilhado com o povo que sofre e passa muitas necessidades", relembrou.
Quando se formou em direito, em 2011, Giresse viajou com os amigos de classe para o Egito. As cenas do filme o fizeram relembrar a viagem de formatura. "O filme reproduz exatamente como é lá. Tudo é muito parecido com o que vi no Cairo. O rio Nilo do filme é igual ao real", afirmou.
O advogado deixou a filha Sorayá, de quatro anos, com os avós no Congo e fala com eles por meio do WhatsApps. Ele espera recomeçar a vida no Brasil e um dia trazer a sua família.
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