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Brasileiros ficam milionários com montaria em touros nos EUA

Documentário da Netflix mostra evolução desses atletas

Pop|Helder Maldonado, do R7

Fearless: documentário mostra evolução de peões nos EUA
Fearless: documentário mostra evolução de peões nos EUA

Não são apenas os atletas de futebol que se destacam no exterior. Atualmente, os brasileiros também chamam atenção como peões de montaria em touros na PBR (Professional Bull Riders), mais importante circuito mundial da modalidade.

A fama e importância deles para o esporte é tanta que gerou interesse da Netflix, produtora de uma série documental sobre esse fenômeno. Dividido em seis capítulos, Fearless - Oito Segundos Para a Glória estreou em 2016 na plataforma de streaming e já tem uma segunda temporada prevista para o próximo ano.

No projeto, é abordado como em duas décadas o esporte deixou de ser dominado apenas pelos norte-americanos para passar por uma invasão brasileira que até mesmo elevou os níveis das competições.

Adriano Moraes foi o pioneiro desse movimento. Em 1994, se tornou o campeão do primeiro evento realizado pela PBR, feito que repetiu outras duas vezes.


Ao todo, o Brasil soma nove títulos mundiais no circuito, com nomes como Silvano Alves, Ednei Caminhas e Renato Rosa.

Assim como todo desbravador, Adriano experimentou as diculdades de ser um pioneiro. Mas também colheu os frutos que isso traz. Além das glórias no esporte, se transformou em milionário e hoje é o dono da marca PBR no Brasil e técnico da equipe australiana de montaria em touros.


"Na série%2C fica claro que nem todos os campeões e atletas que se destacam no esporte têm a mesma facilidade de adaptação"

— Eu já era bicampeão nacional quando fui tentar a sorte nos Estados Unidos. E deu muito certo. Mudei com a família pra lá e fui me habituando à cultura, aprendendo o idioma.

Na série, fica claro que nem todos os campeões e atletas que se destacam no esporte têm a mesma facilidade de adaptação que Adriano. Apesar de todos terem vencido prêmios que ultrapassam US$ 1 milhão e conseguido, com isso, acumular fortuna para se tornar proprietários de ranchos e animais em locais como Texas e Delaware, a dificuldade para aprender inglês e se adequar à socidade é bem clara nas imagens.


Adriano Moraes: primeiro campeão brasileiros nos EUA
Adriano Moraes: primeiro campeão brasileiros nos EUA

Mas Adriano explica que entende isso. Afinal, a maioria dos montadores vieram de famílias humildes e enfrentam as mesmas dificuldades de adaptação que jogadores de futebol encontravam quando iam para a Europa no fim dos anos 80 e início dos 90.

— Tirando Kaique Pacheco e o Silvano Alves, viemos todos de famílias de classe média baixa ou pobre. Alguns não tiveram acesso à educação formal. Então você tem uma realidade ali de gente que está passando por grandes transformações familiares e na própria vida. Se o cara é talentoso, tudo isso acontece rápido demais. Leva tempo para se integrar mesmo.

Evolução do esporte

À primeira vista, parece que montaria em touros não exige preparo físico como o necessário para ser profissional em outras modalidades. Afinal, são apenas oito segundos em cima do touro, correto? Não necessariamente.

As quedas constantes em treinos e acidentes envolvendo o peão e o animal provam o contrário. No documentário, o drama dos atletas com contusões é um alerta sobre como se preparar para encarar os poucos mas intermináveis segundos em cima do lombo de um touro.

— Hoje, o peão precisa ter preparo físico equivalente ao de um atleta de ponta, do tipo que disputa Olimpíadas. Quem não tem, com certeza colocará sua longevidade no esporte em risco. Quanto mais preparado, menos ele sente os efeitos dos impactos do esporte. Porque uma coisa é óbvia: na montaria, cair é inevitável. 

"Existem animais que custam R%24 500 mil. Por que alguém maltrataria um investimento desse porte%3F"

(Martha Cajado, CEO da PBR)

O futuro no Brasil

Apesar da fama dos peões brasileiros nos Estados Unidos, por aqui o esporte ainda não emplacou. Segundo a CEO da PBR no Brasil, Martha Cajado, existem algumas explicações para isso.

A primeira delas é porque os rodeios e festas agropecuárias nacionais colocam as competições de montaria em segundo plano, dando enfoque principal para os shows.

— Não é um problema, mas não existe a cultura de ir para essas festas principalmente para assistir montaria. Como a maioria dos eventos se transformou em pequenos festivais de música sertaneja, não temos tanto destaque.

Kaique Pacheco: novato é uma das sensações da PBR
Kaique Pacheco: novato é uma das sensações da PBR

Embora o Brasil esteja desde 2006 realizando etapas que integram o circuito mundial e promovem novatos em divisões de acesso, ainda é tímida a evolução da PBR em terras brasileiras.

O preconceito com esportes de montaria também afeta a popularidade, segundo Martha. Porém, ela garante que essa é uma visão que não condiz com a realidade. Todos os eventos estão amparados pelas leis federais, que regulamentam a montaria em touros.

— Existem animais que custam R$ 500 mil. Por que alguém maltrataria um investimento desse porte? Fora que touros que pulam são raros, então os donos cuidam muito bem, criando em pastos abertos e com o melhor acompanhamento supervisionado que existe. As acusações de que os testítculos são apertados para que eles pulem é conversa de quem está dentro de escritório e nunca viu uma montaria de perto.

Para tentar expandir a modalidade no País, a PBR planeja organizar eventos próprios e indoor. Os dois primeiros rodeios da empresa totalmente desvinculados de festas de peão tradicionais acontecerão no Ginásio Aecim Tocantins, em Cuiabá (nos dias 17, 18 e 19 de novembro) e no Rancho Quarto de MIlha, em Presidente Prudente (nos dias 1, 2 e 3 de dezembro).

— Agora nossa meta é criar a cultura de asssitir montaria no ginásio e, posteriormente, na TV. O Brasil tem sim potencial para isso. É um mercado que pode ser expandido.

Hoje, o campeonato da PBR também está presente no Canadá, México, Nova Zelândia, Austrália e China, com mil competidores registrados. A final mundial chega a garante prêmios que superam US$ 1 milhão para o vencedor.

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