Busca Implacável 3 não é o melhor da franquia, mas diverte com tiradas irônicas e Liam Neeson destruidor
Filme foge da premissa original da série, mas ganha em carisma
Pop|Felipe Gladiador, Do R7




Liam Neeson é o cara! Honestamente, eu acho que a melhor definição seria uma palavra um pouco inadequada que começa com a letra F, mas “o cara” serve para adjetivar o maior astro de ação da atualidade. O veterano se tornou especialista no gênero e, convenhamos, ele é muito bom no que faz.
Com Bryan Mills, seu personagem na franquia de filmes Busca Implacável, ele abraçou com vontade a aura de anti-herói justiceiro, aquele que não mede esforços para conseguir o que quer, mesmo que seja por boas razões, e que não segue regras ou está preocupado com métodos ortodoxos. O jeitão, as expressões e as sacadas irônicas fazem de Mills um tipo engraçado de certa forma, e é isso que garante boa parte do entretenimento nas três partes de sua história.
Nesta quinta-feira (22), chega aos cinemas Busca Implacável 3 e, antes que a trama do filme fosse revelada, a pergunta recorrente entre os fãs de cinema na internet era: ok, quem vai ser sequestrado desta vez? A alfinetada é válida, afinal os dois filmes anteriores eram focados no sequestro da filha de Mills e depois no sequestro de sua ex-esposa e até do próprio agente especial. Temos aqui outro filme com este tema? Não. Tentando fugir da mesmice, o diretor Oliver Megaton e o produtor Luc Besson encontraram um novo motivo para colocar o Rei da Pancadaria em ação mais uma vez.
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Tentando ficar longe de confusão, Mills quer se mostrar presente na vida da filha Kim (Maggie Grace) e desenvolve ainda mais sua amizade com a ex-esposa Lenore (Famke Janssen), infeliz em seu novo casamento com um milionário. Depois que alguém arma para Mills ser incriminado por algo que não fez, ele precisa correr contra o tempo para encontrar os reais culpados e, novamente, proteger Kim de inúmeros perigos.
O roteiro conta com alguns clichês, como a revelação (nada surpreendente) de quem é que está por trás de todos os crimes, além de algumas soluções que parecem fáceis demais. Em determinado momento, o policial consegue sobreviver a um acidente de carro e a explicação, mostrada em flashback, não convence. No entanto, o carisma do elenco, as boas cenas de ação e, obviamente, toda a intensidade de Liam Neeson garantem que o filme seja um bom passatempo.
As melhores cenas são aquelas em que Mills consegue se livrar dos perigos, sempre de maneira cinematográfica, e também os momentos de bom humor do longa, que conta com algumas piadas e sacadas bem interessantes, recheadas de ironia.
Famke Janssen faz uma pequena participação, mas conquista com seu charme e o papel é fundamental para o desenvolvimento da trama. Já a filha do policial, vivida pela competente Maggie Grace, vai estreitando ainda mais sua ligação com o pai. Além de toda a ação, há espaço para conflitos familiares e todos entregam boas atuações. O vencedor do Oscar Forest Whitaker participa como um policial que quer descobrir a verdade sobre o crime pelo qual Mills é acusado, mas seu papel não é tão importante para a história.
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Quando Busca Implacável chegou aos cinemas, em 2008, ganhou ótimas críticas e foi um estouro de bilheteria, lucrando mais de 10 vezes seu valor de produção de US$ 25 milhões, considerado baixo para os padrões cinematográficos. E, sem dúvidas, trata-se de um dos filmes de ação mais interessantes e bem estruturados dos últimos anos. A continuação não chega a decepcionar, mas não surpreende, assim como esta terceira parte. Mas e daí, certo? Busca Implacável 3 é um filme despretensioso, fácil de digerir e que diverte, ideal para ser visto depois de um cansativo dia de trabalho. Liam Neeson é realmente o grande trunfo de tudo, se fosse algum outro ator genérico a protagonizar o longa, talvez o resultado não fosse tão bacana. E que agora os roteiristas entreguem a tão adiada aposentadoria de Bryan Mills, não porque ele não consiga distribuir mais e mais porrada, mas porque não é possível que uma família só tenha tanto azar. Vamos lá, deixem “o cara” descansar!