Por Rollo Ross
LOS ANGELES (Reuters) - A cineasta norte-americana Ava DuVernay está exortando escritores, dançarinos, poetas e outros artistas a ajudarem a tornar os nomes de policiais violentos tão conhecidos quanto os de suas vítimas.
A empresa de mídia Array, fundada por DuVernay, lançou o Projeto de Responsabilização das Forças da Lei (Leap) para apoiar obras de arte que contam histórias sobre a violência policial nos EUA -- uma questão que voltou a chamar atenção após a morte de George Floyd, um homem negro de 46 anos, sob custódia da polícia da cidade de Mineápolis.
DuVernay, a cineasta por trás de "Selma: Uma Luta pela Igualdade" e "13th", disse que a ideia surgiu da frustração.
"As histórias sobre abuso policial de negros que estão desarmados e não deveriam ser mortos não estão sendo bem contadas quando policiais conseguem simplesmente desaparecer no éter", disse DuVernay em entrevista recente à Reuters.
"Posso... recitar 30 nomes de negros que foram filmados sendo assassinados pela polícia nos últimos cinco anos, mas não sei lhe dizer quem os matou e não sei lhe dizer quem são estas pessoas", disse. "Acho que isso é inaceitável".
A iniciativa encomendará projetos de cinema, literatura, poesia, teatro, dança, artes plásticas e música. A primeira criação será lançada em agosto na internet, contou DuVernay, seguida por uma a cada mês durante ao menos os próximos dois anos.
Os ativistas serão incentivados a fazerem suas obras circular pelas redes sociais para aumentar a visibilidade.
"Esta é uma demonstração ativa de resistência, por isso terá continuidade e será coerente", disse DuVernay.
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