Com um ano de carreira, Day e Lara já têm indicação ao Grammy Latino

Há um ano e meio, Day e Lara aproveitaram a ascensão das mulheres no sertanejo para deixar os bastidores e se transformar em dupla.

Inicialmente, elas tinham o interesse em atuar apenas como compositoras. Mas com sete músicas de autoria delas entre as mais tocadas do ano em 2015, elas repensaram o rumo que tomavam.

E tudo aconteceu bem rápido. Em menos de seis meses, encontraram um empresário disposto a investir na dupla e receberam convite para integrar o casting da Sony Music.

O primeiro e até agora único lançamento delas foi um DVD, que também é o registro da estreia delas em cima dos palcos, relembra Day.

— Foi um teste de fogo para nós. Embora a Lara tivesse dupla com o irmão e eu tivesse atuado em diversos gêneros, nunca tínhamos encarado públicos e produções tão grandes juntas.

Em um ano e meio de dupla, elas acabam de conseguir também um feito relevante ao serem indicadas ao Grammy Latino, na categoria melhor álbum sertanejo, justamente com esse projeto.

— Essa foi a primeira vez que o disco de estreia de um artista da Sony foi indicado para a categoria. Para a gravadora, já é algo marcante.

No entanto, a dupla ainda não sabe se conseguirá participar da cerimônia, que acontece em 16 de novembro, na MGM Grand Arena, em Las Vegas. Por conta de um show no Rio um dia antes, elas poderão perder o primeiro tapete vermelho de suas vidas.

— A Lara nunca saiu do país. O máximo que ela fez foi pisar ali na Argentina na fronteira com o Brasil. Queríamos muito ir, mas talvez não seja possível.

Feminejo e religião

Sobrinha de Zezé Di Camargo e filha de Camargo, da dupla com Cleiton, Day cresceu em uma família de artistas e sempre teve a música como sua principal escolha profissional.

No início da trajetória, teve atuações no rock e passou um período apostando na música gospel. Mas as dificuldades financeiras fizeram com que ela decidisse mudar de área e seguir os passos dos outros membros da família.

Tomar essa decisão não foi fácil. Day teve receio que a igreja visse com maus olhos essa mudança de rumo. Mas foi o pastor dela que a incentivou a seguir o sonho, já que à época ela mal conseguia arcar com os custos do curso de Direito em que estava matriculada.

— Estava desesperada mesmo. Foi quando ele me disse que um dom não deve se limitar. Como exemplo, falou que não existem engenheiros que só constroem igrejas e um cantor também não deveria ser só do gospel, caso não quisesse. Então, saí aliviada dali.

Logo na sequência, Day conheceu Lara, que havia acabado de se mudar para Goiânia. Elas começaram a compor juntas e enviar as músicas para grandes escritórios sertanejos. Em um ano, as canções foram gravadas por nomes como Jads e Jadson, Nayara Azevedo, Zé Felipe e Wesley Safadão.

Mas foi a prima de Day, Wanessa Camargo, que deu o empurrão principal para elas tomarem a decisão de formar uma dupla.

— Fomos à festa de ano-novo na casa dela, em 2015, e cantamos. Ela gostou tanto que sugeriu montarmos uma dupla. Levamos em consideração o conselho e começamos 2016 com essa ideia em mente.

Mas apesar da família cheia de famosos, Day garante que integrar o clã dos Camargos não ajudou em nada sua carreira. Pelo contrário: prejudicou.

— As pessoas acham que fui beneficiada de alguma forma com isso, mas não é verdade. Pelo contrário. Algumas portas até se fecharam porque pensavam que eu estava tentando surfar na onda deles e não tinha talento. Mas o que tem rolado deixa claro que não é isso. Tenho um ótimo relacionamento com todos. Porém, nunca fui dependente de ninguém na minha vida.