David Guetta elogia o Tomorrowland Brasil e diz que ele será ainda maior que o da Bélgica: "É mais sexy"
DJ francês, que encerrou o festival, destaca energia dos brasileiros
Pop|Ana Paula de Freitas, do R7


Em sua estreia em terras tupiniquins, o Tomorrowland Brasil reuniu cerca de 180 mil pessoas em três dias e impressionou pela grandeza. Responsável pelo encerramento do festival belga no Parque Maeda, em Itu, o DJ francês David Guetta, que é fã de carteirinha do Brasil e do Tomorrowland, aposta que o País ainda ultrapassará a edição original.
— Acho que o Tomorrowland aqui será maior ainda do que o original. Eu vi como foi, foi insano. A energia lá, todos os DJs ficaram impressionados, dizendo: “ai meu Deus, ai meu Deus”. Tipo, todo mundo ficou superanimado com isso. E eu tenho que ser honesto: na Bélgica também é incrível, é diferente. Mas aqui é um pouco mais, você sabe, é o Brasil, é mais sexy.
Figura carimbada por aqui todo ano, David Guetta ainda não sabe falar português, mas confessa sua paixão pelo Brasil que, unido ao Tomorrowland, se tornou o melhor lugar para se estar no fim de semana. O motivo de tanto amor pelo País? Em entrevista ao R7, o DJ explica que é a "energia, as pessoas, as mulheres mais sexies do mundo". E nesta lista, entra Ivete Sangalo — pelo menos, no quesito energia.
Apesar de não conhecer muitos artistas brasileiros contemporâneos, se assustou com a cantora baiana ao vê-la no palco.
— Fiquei impressionado, tipo “uau”. Ela é um monstro, é maluca a energia que ela tem. As pessoas sempre dizem que eu tenho energia o palco, mas não é nada comparado a ela. É maluco, ela é incrível.
Novo álbum traz o lado verdadeiro de David Guetta
Lançado em novembro de 2014 e apresentado por David Guetta como um álbum diferente, Listen é o que mais tem a ver com a personalidade do DJ.
— Muitos dos meus primeiros álbuns foram emotivos e agora estou voltando ao meu normal, com [o single] Hey Mama, mais feliz, mais David Guetta.
Entre os artistas que colaboram com Guetta, estão Nicki Minaj, Sia, Magic!, Emeli Sandée, The Script, One Republic, Skylar Grey e muitos outros. Um dos nomes que chama atenção é o da cantora inglesa Birdy, que tem um estilo completamente diferente do de Guetta.
— Eu amo misturar coisas que não devem ser misturadas. E eu sou um DJ. Eu gosto de tirar as pessoas da sua zona de conforto, porque é aí que os artistas dão o seu melhor.
O álbum traz muitas colaborações também nos bastidores, com Avicii, Afrojack, Nicky Romero, Showtek, entre outros figurões da música eletrônica na produção.
Além de DJ, David Guetta também é produtor e faz músicas para outros artistas, como One Last Time, de Ariana Grande. O último trabalho de Guetta nesta vertente tem sido o novo álbum do Black Eyed Peas, que exige uma troca com os integrantes do grupo.
— Como é uma colaboração com o will.i.am, ele tem uma ideia, aí eu faço a minha parte. Mas, como é para ele, ele tem decisão final. Mas aí a gente discute, a gente briga um pouco, sabe? [risos].
Em outros casos, como no de Ariana Grande, Guetta produziu uma prévia da música com alguns amigos e a enviou para a equipe da cantora que, a partir daí, tem autonomia para finalizá-la como bem entender. Originalmente, One Last Time seria One Last Night. A mudança não incomoda o francês.
— Eles têm a palavra final, então é normal que mudem algumas coisas. Mas se eles vêm ao meu álbum, aí quem manda sou eu [risos].
Com tantas parcerias de sucesso, David Guetta lamenta não ter concluído a que mais esperava, com o cantor irlandês Hozier.
— Nós começamos um álbum com o Hozier e nunca terminamos. Ele é incrível, o álbum dele é muito bom. Para mim, é o melhor do ano. Gostaria de voltar aos estúdios com ele.
O Brasil no radar da música eletrônica
Depois da resposta mais do que positiva do público brasileiro ao Tomorrowland, ficou evidente como a música eletrônica é popular no Brasil, apesar de este ser conhecido como o país do samba, do funk e do sertanejo. Mesmo assim, ainda é difícil encontrar grandes nomes nacionais brilhando nas baladas em Ibiza.
Para David Guetta, é só questão de tempo. E também não faz diferença estar no Brasil ou na Europa para fazer sucesso. Basta ter um bom álbum.
— O que é interessante a respeito da música eletrônica é que é um movimento muito internacional. Eu não acho que podemos pensar em termos de: ok, vou criar minha reputação no meu país e depois vou criar minha reputação em outros países. Foi assim que eu fiz, mas agora não é mais assim. É mais como você trabalha a produção, não importa se você é do Brasil, dos Estados Unidos, Reino Unido, França... Se você vem com um álbum grande, vai funcionar com a internet.
Existe, porém, um empecilho que preocupa Guetta quanto aos futuros DJs brasileiros.
— Existe uma cultura musical incrível no Brasil, os maiores músicos do mundo estão aqui. Não acho que haja um problema aqui, talvez com o inglês. Algumas pessoas não falam um inglês tão bom, então isso complica.