Logo R7.com
Logo do PlayPlus
R7 Entretenimento – Música, famosos, TV, cinema, séries e mais

Drama policial Jogada de Mestre reconstitui história real do sequestro de fundador da cervejaria

Filme é baseado no sequestro verídico do magnata cervejeiro Freddy Heineken, na Holanda

Pop|Do R7

Anthony Hopkins interpreta Freddy Heineken
Anthony Hopkins interpreta Freddy Heineken

Não deixa de ser engraçado que o novo filme do diretor Daniel Alfredson (da excelente trilogia sueca sobre a série Millennium) tenha sido batizado como Jogada de Mestre. Afinal, é baseado no sequestro verídico do magnata cervejeiro Freddy Heineken, na Holanda, em 1983, sabidamente malogrado para o quinteto criminoso.

Também é divertido saber que o autor do livro que inspirou o roteiro (e o coescreveu), Peter R. de Vries, só participou do filme porque não gostou do abismo entre verdade e ficção de uma produção similar de 2011, O Sequestro de Heineken, dirigida pelo holandês Maarten Treurniet. Mas também não concordou com a nova versão e, em protesto, sequer apareceu à pré-estreia.

O que não é engraçado é o drama policial morno que Daniel, irmão do cineasta Tomas Alfredson (de O Espião que Sabia Demais), apresenta neste novo projeto.

Sem tensão narrativa, com um elenco anglo-australiano que nada tem a ver com a situação e uma ilustração pouco convincente dos fatos (não por acaso de Vries se irritou), a primeira empreitada do diretor na língua inglesa fica devendo ao seu talento.


Na produção, cinco desempregados holandeses bolam um plano para sequestrar o bilionário Freddy Heineken (Anthony Hopkins).

Não se entende como os construtores Cor Van Hout (Jim Sturgess), Willem Holleeder (Sam Worthington), Jan Boellard (Ryan Kwanten), Frans Meijer (Mark van Eeuwen) e Martin Erkamps (Thomas Cocquerel) poderiam ter qualquer aptidão para arquitetar um dos mais rentáveis e famosos crimes no país, que rendeu um resgate de 20 milhões de dólares. Na vida real, eles demoraram dois anos para o feito.


Para começar, roubam um banco para arcar com os custos e, enfim, sequestram o cervejeiro, que é colocado em um cativeiro construído pelos próprios criminosos. Nos conflitos inerentes às semanas de confinamento, Heineken permanece equilibrado e frio, num papel sob medida para o talento de Hopkins.

Mas é no relacionamento do grupo em que se percebe a falta de substância do roteiro. Van Hout e Holleeder, os líderes do bando (que ficam abaixo do potencial dos atores) parecem ser levados pelos acontecimentos e não os responsáveis pela ação. Mesmo Boellard, supostamente o criminoso com coração, está longe de causar alguma impressão nesse sentido.


O filme tenta, de alguma forma, atenuar a falha moral do quinteto com humanismo, mas as fissuras técnicas da narrativa se sobrepõem a esse entendimento. Uma produção, enfim, que em nada corresponde ao título.

(Por Rodrigo Zavala, do Cineweb)

* As opiniões expressas são responsabilidade do Cineweb

Acesse o R7 Play e assista gratuitamente à programação da Record quando quiser

Últimas


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.