Efeitos colocam plateia dentro de última corrida de Ayrton Senna
Musical em homenagem ao piloto é estrelado por Hugo Bonemer
Pop|Camila Juliotti, do R7

Com experiência em grandes musicais como Rock in Rio e Hairspray, Hugo Bonemer se prepara para um trabalho bem diferente do que está acostumado. O ator vai interpretar ninguém menos do que Ayrton Senna no musical que homenageia o piloto, morto em um trágico acidente em 1994. Em entrevista ao R7, Hugo fala sobre a responsabilidade de representar um dos maiores ídolos brasileiros.
— É tudo muito novo, porque não é um personagem, é uma figura real, uma pessoa que existiu e que há pouco tempo estava entre a gente. E ainda está no imaginário do brasileiro. O público já o conhece, então não tenho que mostrar quem ele é. Eu tenho que conduzir as pessoas por essas lembranças e fazer com que elas acessem na memória os momentos marcantes que sentiam quando estavam assistindo as corridas e possam se emocionar. A missão da peça é trazer emoção para o público.
Apesar da grande repercussão do trabalho, Hugo não sente o peso do personagem.
— Não sei dizer se é o maior (papel) da carreira, é muito difícil traçar isso. Acho que é um desafio muito diferente do que eu tive até agora.
Por falar em desafios, um deles foi o fato de encontrar um meio de trazer ao palco elementos da vida do piloto e do universo da Fórmula 1 através da música.
— A primeira coisa que eu me perguntei foi: como junto o universo do automobilismo com o musical? Até eu ir ao autódromo e descobrir que tudo aquilo é música. A diferença é que a gente chama de partitura e tem Dó, Ré, Mi, Fá.
Não por acaso, os sons marcantes e característicos dos carros correndo em alta velocidade nas pistas serão retratados nos palcos e vão fazer o público se sentir dentro da última corrida de Senna.

— Existe um equipamento de som muito potente no teatro, como dos grandes cinemas. A primeira experiência é o som do ronco dos motores divididos entre as caixas de som para trazer a sensação de que os carros estão passando pela plateia em alta velocidade. A adrenalina o risco são trazidos através de motores instalados no teto do teatro. Foi trazida também uma equipe que trabalha no Circo de Soleil. As cenas aéreas e esse trabalho circense trazem ao público uma ideia de risco, adrenalina e velocidade. Tem um grid inteiro instalado no teto pra poder içar as pessoas. Como a gente não consegue trazer pro palco um carro de corrida, a gente faz o que o teatro permite. E tem muita coisa!
A premissa do musical
Com direção de Renato Rocha e roteiro de Claudio Lins e Cristiano Gualda, o musical vai retratar as cinco voltas do circuito de Ímola, a última corrida de Senna antes do trágico acidente.
— É uma ficção de um filme que passa na cabeça do Ayrton nesssas voltas. São lembranças e memórias de tudo que pode ter cruzado a mente dele. A criatividade dos autores e da direção artística foi em criar esses momentos que podem ter povoado a mente dele.
Contato com amigos e familiares
Assim que começou a preparação para viver Senna, Hugo visitou o Instituto que leva o nome do piloto e conversou com pessoas próximas a ele.
— Eu também fui no autódromo, fui correr de kart com o Bruno (Senna), o sobrinho do Ayrton, fui na stock car... conversei com pessoas que conhecerem ele e que tiveram intimidade com ele pra ouvir o que elas esperam, o que lembram. (O encontro) foi no sentido de realmente querer conhecer e me aproximar do universo do Ayrton.

O ator conta que ainda não teve a oportunidade de conversar com Xuxa Meneghel e Adriane Galisteu, que foram namoradas do piloto, mas ainda espera por esse encontro e torce para que elas possam ver o musical.
— É natural que eu queira falar com elas, quero falar com o máximo de pessoas possível. Se fossem fazer um musical sobre a minha mãe, eu ia querer que me perguntassem o que eu acho sobre. Seria muito legal tê-las na plateia.
Lembranças de Ayrton Senna
No dia da trágica morte do brasileiro, Hugo tinha apenas seis anos e sua lembrança é do choro de seu pai e irmão. O ator diz que o legado de Senna após a sua morte é o que mais lhe marcou.
— O trabalho que o Instituto realizou, principalmente com o desenho animado do Seninha, que fez parte do material didático da minha escola. Lembro de aprender a usar o cinto de segurança com o Seninha. E o Instituto reverte toda a verba da logomarca para trabalhos sociais em várias escolas, instituições de ensino e é nesse tipo de poltícia que eu acredito mais. O sonho que ele tinha, a família deu continuidade.
Ayrton Senna - O Musical estreia nesta sexta-feira (10) no Rio de Janeiro. A peça vem para São Paulo em março de 2018.
SERVIÇO
Ayrton Senna - O Musical
Quando:De 10/11/2017 até 04/02/2018
Onde: Teatro Riachuelo Rio (Rua do passeio, 38-40, Centro - Rio de Janeiro).
Horários: Quintas, sextas e sábados às 20:30. Sábados às 16h30. Domingos às 18h.
Valores: De R$ 120 a 150 (valor inteira).
Informações: (21) 2533-8799
Classificação livre