Logo R7.com
Logo do PlayPlus
R7 Entretenimento – Música, famosos, TV, cinema, séries e mais

Elenco de Sense8 fala com o R7 sobre emoção de gravar cenas em São Paulo: "Para onde a gente olhava tinha amor"

Atores filmaram na parada do orgulho LGBT por mais de seis horas

Pop|Felipe Gladiador, Do R7

Brian, Tina e Miguel durante a Comic Con, em São Paulo
Brian, Tina e Miguel durante a Comic Con, em São Paulo

Quando a série Sense8 foi lançada pela Netflix, imediatamente se tornou um fenômeno ao redor do mundo, por sua trama de ficção científica engenhosa criada por Lilly e Lana Wachowski, de filmes como a trilogia Matrix, V de Vingança e O Destino de Júpiter, e também por sua diversidade de personagens, representados com grande delicadeza. 

Os atores Miguel Angél Silvestre, o Lito, Tina Desai, a Kala, e Brian J. Smith, o Will, estiveram no Brasil recentemente para a Comic Con Experience e conversaram com o R7 sobre a nova temporada, que teve cenas gravadas na parada do orgulho LGBT de São Paulo, sobre preconceito e sobre a receptividade dos fãs. 

A segunda temporada chega à Netflix somente em maio de 2017, mas um especial natalino de duas horas estará disponível em 23 de dezembro na plataforma de streaming. 

Veja abaixo a entrevista!


R7 — Acho que a primeira pergunta PRECISA ser: "O que os fãs podem esperar da segunda temporada?", porque estamos todos muito ansiosos [risos]. 

Miguel Angél Silvestre — Acho que temos algumas cenas que tínhamos na primeira temporada e que agora estão mais elaboradas, como a “cena do amor”. Vamos chamar assim [risos]. A ação é bem rápida nessa temporada, os fãs vão ver desde o começo os oito trabalhando juntos. Estamos mais conectados.


Tina Desai — A primeira temporada foi estabelecer o conceito do que é ser um Sensie, como acontece, por quais motivos acontece e coisas do tipo. Agora que isso já foi trabalhado, temos na segunda temporada a liberdade de sair e ser Sensies por inteiro e ver até onde isso vai. Há mais drama, mais ação, mais sobre os relacionamentos, mais de tudo. É [uma temporada] muito mais intensa.

Brian J. Smith — E tanto tempo se passou, né? É difícil ser ator em uma série que leva mais tempo para filmar entre uma temporada e a outra. Nós sempre soubemos que o público estava ansioso, tipo “Qual é? Vamos lá!” [risos]. Mas acho que tem algo estranhamente bom nisso, já que vivemos em um mundo no qual tudo acontece tão rápido, em que temos que ter tudo “para ontem”. “Eu preciso ter meus 22 episódios saindo semanalmente”. É legal ter esse “Espera, nós vamos te dar um ano e meio para você pensar nisso, refletir sobre o que aconteceu e caprichar o máximo possível, com calma, para a próxima” e vai ser muito bom, nós vamos entregar o que o pessoal quer. É como reencontrar amigos antigos, sabe?


R7 — A diversidade na série é algo que chama bastante a atenção. Cada um de vocês é de um lugar diferente do mundo, são representadas diferentes religiões, gêneros e sexualidades. Isso é muito importante e toda essa representatividade já ajudou muitos fãs. Como isso vai aparecer na segunda temporada? 

Tina — Há mais diversidade, com certeza, porque temos novos personagens. Lana [Wachowski, uma das criadoras da série] gosta de incluir o máximo de pessoas possível. Quando viemos ao Brasil, nós discutimos sobre o fato de a série ter sido tão bem aceita aqui, ter tantos fãs. Pensamos que seria porque o Brasil é um país que aparenta ser tão liberal, mas acho que é o oposto, vocês estão passando por tanta repressão que o programa passa essa mensagem de que tudo bem você ser você mesmo.

Brian — Parece que o mundo está voltando a se retrair, com isso que está acontecendo na Europa com os imigrantes, com o Trump nos EUA e o que está acontecendo aqui no Brasil também. Parece que algumas pessoas querem mesmo se fechar, construir muros. Acho que Sense8 tem essa coisa linda e corajosa de falar: “Não, não! Não se fechem, se mantenham abertos. Continuem se conectando e tentando entender alguém que não se pareça ou soe como você”. É fácil fazer algo feio hoje em dia e ser celebrado como arte. Muitos filmes e séries aclamados falam de exploração, estupro, sobre como o ser humano pode ser ruim. Eu estou feliz de fazer parte de um programa que celebra o que é positivo. Nós precisamos disso.

Miguel — Para ser sincero, a coisa toda pertence à Lana. E acho que nessa temporada ela está muito presente, ela é a personagem principal. Eu nem questiono as direções que ela me dá, eu apenas pulo. Eu acho incrível ser guiado por uma pessoa tão conectada com o público LGBT. Eu me entrego. 

Gravação da segunda temporada de Sense8 na parada LGBT, em São Paulo
Gravação da segunda temporada de Sense8 na parada LGBT, em São Paulo

R7 — E como foi para vocês gravar cenas dessa nova temporada na parada do orgulho LGBT de São Paulo? 

Brian — Eu nunca tinha participado de uma parada de orgulho LGBT antes. Foi muito bom! Eu nunca tinha visto uma drag queen com duas cabeças [risos]. Não consigo me lembrar do nome dela, mas ela era incrível! As drag queens aqui são maravilhosas. O nível de criatividade e energia do público, especialmente a comunidade drag ali do nosso lado foi tão grande. Eu fiquei impressionado. Somos abençoados, pensando no que passamos esse ano. Eu não sei como explicar essa experiência para minha família ou outros atores porque me comoveu muito. Os fãs seguiram a gente durante as cinco ou seis horas de gravação, alguns até estavam se machucando, mas eles seguiam firmes lá.

Miguel — Aqui em São Paulo, Lana dizia: “Tire a camisa! Faça um strip!” e eu nem pensava, só fazia [risos]. Eu confio na maneira linda com que ela enxerga o público LGBT. É maravilhoso sentir o amor do público, mas essas falas são da Lana. A Espanha [país de origem do ator] sofreu com a ditadura, eles bateram e mataram muitas pessoas LGBT por sua sexualidade. Muitos artistas como Almodóvar vieram depois disso para celebrar essas pessoas que foram heróis. Minha geração via essas pessoas como heróis. E tem muita gente pelo mundo lutando contra todo o preconceito que ainda existe. Eles são os heróis.

Tina — Acho que o que nós vivemos nos sete meses de gravação equivalem ao que você passa em cinco anos, em cada aspecto nós crescemos. O entusiasmo dos fãs era super-humano! Para onde a gente olhava tinha amor.

Últimas


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.