Em show vibrante, Sting mostra como é que se faz pop perfeito
Joe Sumner, filho do cantor, abriu a noite
Pop|Odair Braz Jr., do R7

Às vezes Sting é meio chato em carreira solo, principalmente quando se meteu com a world music. Mas quando resolve fazer música pop de verdade, quase ninguém para em pé ao seu lado. Na noite deste sábado (6), o ex-vocalista do The Police subiu ao palco do Allianz Parque e, com uma elegância rara de se ver, entregou um show vibrante, cheio de energia e com diversos exemplos do que de melhor a música pop produziu nos últimos 35 anos.
A abertura da noite foi feita por Joe Sumner, filho de Sting, que se apresentou apenas com sua guitarra. Suas músicas não são assim muito empolgantes, mas o showzinho teve uma atração a mais. Na última canção, dedicada a seus filhos, Sumner, emocionado, não conseguiu terminar de cantar, graças à grande emoção. O que aconteceu? Seu pai subiu ao palco e deu aquela força para o moço, o que causou uma certa comoção no público. Depois foi a vez da banda texana The Last Bandoleros mostrar seu rock perfeito para trilhas sonoras do diretor Robert Rodriguez.
Finalmente, às 21h15, foi a vez de Sting. E ele não ficou com frescura. Todo mundo sabe – incluindo ele próprio – que num show seu o que se quer de verdade é ouvir os clássicos do Police, acompanhados de uma ou outra canção da carreira solo. Por isso mesmo o cantor já abriu o show com Synchronicity 2 e emendou com Spirits in the Material World, duas de sua ex-banda. Já com o jogo ganho, o inglês pode passear por seus vários discos, incluindo 57th & 9th, o mais recente, lançado em novembro de 2016.
Após as duas músicas do Police, Sting tocou English Man in New York, do álbum Nothing Like the Sun, de 1987. E aí o show virou uma andança pelas décadas que ora ia para mais canções da carreira solo, ora voltava para sua ex-banda, chegando até as canções do novo disco. O mais impressionante é que mesmo coisas novas como I Can’t Stop Thinking About You, Down, Down, Down e One Fine Day, não deixam o ritmo da apresentação cair. E há dois bons motivos para isso: a) 59th & 9th é um disco de rock e b) a banda que acompanha o artista é boa demais.
E aí, com toda essa combinação, não tem erro. Sting, que é um artesão de canções pop quando quer, aos 65 anos e corpinho de 40, comanda tudo tocando seu contrabaixo de uma maneira tão cool que dá até raiva. Elegante, energético, grande instrumentista e cantando extremamente bem, Sting vira um imã de atenção da qual a gente não consegue tirar muito o olhar.
Foi nessa aula de como se faz música pop de verdade que o ótimo público cantou e dançou com novas e velhas canções como Roxanne, Fields of Gold, Walking on the Moon, So Lonely, Every Breath You Take, entre outras. A apresentação terminou depois de 1h45 e contou com duas voltas ao palco do artista. A música escolhida para encerrar o show foi Fragile, que, no passado, ganhou versão em português e espanhol.
Como nem tudo é perfeito, faltaram ainda alguns hits do Police, como Wrapped Around Your Finger, King of Pain, Don’t Stand So Close To Me, só para citar algumas de cabeça. Mas, no final das contas, não era mesmo um show do Police, né?
Veja o setlist:
1. Synchronicity II
2. Spirits in the Material World
3. Englishman in New York
4. I Can't Stop Thinking About You
5. One Fine Day
6. She's Too Good for Me
7. I Hung My Head
8. Fields of Gold
9. Petrol Head
10. Down, Down, Down
11. Shape of My Heart
12. Message in a Bottle
13. Ashes to Ashes (de David Bowie, cantada por Joe Sumner)
14. 50,000
15. Walking on the Moon
16. So Lonely
17. Desert Rose
18. Roxanne/Ain't No Sunshine
Bis
19. Next to You
20. Every Breath You Take
Bis 2:
21. Fragile
O cantor Sting se apresentou neste sábado (6) no estádio Allianz Parque, em São Paulo, e levantou o público Crítica: Em show vibrante, Sting mostra como é que se faz pop perfeito
O cantor Sting se apresentou neste sábado (6) no estádio Allianz Parque, em São Paulo, e levantou o público Crítica: Em show vibrante, Sting mostra como é que se faz pop perfeito