Filme turco leva a Palma de Ouro, mas fracasso de cinebiografia de Grace Kelly marca Festival de Cannes

Realizado em maio de 2014, o Festival de Cannes premiou, em sua 67ª edição, o filme Winter Sleep, do diretor turco Nuri Bilge Ceylan, com a tão desejada Palma de Ouro. Rodado em um povoado da Capadócia coberto de neve, como sugere o nome, o longa conta a história de três protagonistas que debatem sobre a moral e a vida. 

Depois de receber a Palma de Ouro das mãos de Quentin Tarantino e Uma Thurman — que assumiram o romance durante o festival —, o diretor turco ressaltou a surpresa por ser o grande vencedor de Cannes.

— É uma grande surpresa para mim, não estava à espera. Não sei o que dizer. Este ano é o 100º do cinema turco, é por isso uma feliz coincidência. Agradeço ao Festival de Cannes por ter apoiado este longo projecto. Obrigado ao Júri, a Thierry Frémaux e a Gilles Jacob. Quero dedicar esta Palme d’or à juventude turca e aos que perderam a vida durante o ano. Muito obrigado.

Segundo prêmio mais respeitado de Cannes, o Grand Prix ficou com o filme Le meraviglie, da italiana Alice Rohrwacher. 

Na escolha dos melhores do ano pelo júri de Cannes, Julianne Moore foi uma das premiadas por sua atuação no filme Maps to the stars, do canadense David Cronenberg. Já Timothy Spall — que participou de filmes como Encantada, Sweeney Todd e O Discurso do Rei — levou para casa o prêmio de Melhor Ator por seu papel em Mr Turner. 

Bennett Miller foi eleito o melhor diretor pelo filme Foxcatcher.

Entre os filmes exibidos no festival está Saint Laurent, longa que conta a história do estilista Yves Saint-Laurent, morto em 2008. Protagonizado por Gaspard Ulliel, a produção reuniu muitos famosos no tapete vermelho, inclusive, brasileiras, como Taís Araújo, Grazi Massafera e Isabeli Fontana.

O tapete vermelho também teve o protesto da atriz Salma Hayek, que levantou a placa: "Bring Back Our Girls", que faz parte da campanha pela libertação de meninas nigerianas sequestradas pelo grupo extremista Boko Haram.

Climão na pré-estreia de Grace: A princesa de Mônaco

Protagonizado por Nicole Kidman, o filme sobre a história de Grace Kelly não foi bem recebido pela crítica em Cannes. Após a primeira exibição do longa, houve um silêncio sepulcral na sala — resultado do filme pretencioso e superficial do diretor Olivier Dahan. 

Críticos acusaram o diretor de dar mais ênfase à estética do filme do que à história de Grace Kelly. O recorte dado à Grace: A princesa de Mônaco, que abordou apenas alguns meses da vida da atriz, incomodou também a família real do Principado, que considerou o filme baseado "em referências históricas errôneas e referências literárias duvidosas".

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