Jamie Clayton, de Sense8, se emociona ao falar de preconceito: "Nós somos bons o suficiente"
Atriz veio ao Brasil com Alfonso Herrera e Aml Ameen
Pop|Felipe Gladiador, do R7

A série Sense8, da Netflix, foi um dos assuntos mais comentados do ano por trazer uma história original e cheia de personagens dos mais diversos tipos, etnias, religiões e sexualidades. No Brasil para divulgar a segunda temporada do programa, que estreia no próximo ano, e participar da Comic Con Experience, os atores Jamie Clayton, Aml Ameen e Alfonso Herrera falaram do poder da série em tocar muita gente. Alfonso chama a história de revolucionária.
— Eu acho que ser parte de um projeto que está dentro de uma plataforma revolucionária e com uma história revolucionária, com pessoas que revolucionaram a maneira de fazer cinema, nós nos sentimentos felizes. É uma experiência única.
Jamie elogiou os fãs brasileiros e disse estar feliz de visitar o país.
— As pessoas estão assistindo e entendendo, amando mesmo. Nunca vi fãs como os do Brasil, a energia aqui é incrível. Obrigada!
Já Aml explica por qual motivo acha as pessoas se identificam tanto com a série.
— Empatia, amor e todos os fundamentos básicos que queremos em nossas vidas, como sermos aceitos. São coisas que essa série mostra de um jeito visceral. Essas oito pessoas espalhadas pelo mundo se conectam por uma única coisa que eu acho que é empatia.
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Jamie vive na série a personagem Nomi, uma ativista, hacker transgênero e lésbica, que inspirou muitas pessoas por lutar contra o preconceito. A própria atriz também é trans.
— A importância da Nomi e de sua história é que ela é uma personagem trans escrita por alguém que é trans, dirigida por alguém trans e eu sou trans! É algo que eu tenho orgulho de dizer e Lana [Wachowski, uma das criadoras da série, que é trans] também. É a primeira vez que isso é feito numa escala a atingir tanta gente. São as camadas da Nomi que fazem as pessoas se reconhecerem. Muita gente está dizendo "eu nunca me identifiquei com um personagem antes" e agora eles podem se ver na tela, algo que eu não tive quando estava crescendo. Eu estou superorgulhosa de fazer isso por tanta gente, trans ou não. Todos só queremos sentir que somos parte do mundo.
Pergunto como ela se sente com tantas pessoas compartilhando suas histórias de superação e inspiração baseadas em seu trabalho na série. Digo também que a série inspirou a mim e meu namorado em um momento difícil, no qual pessoas desejavam coisas negativas quando decidimos morar juntos, e agradeço sua coragem por fazer algo para ajudar tanta gente. Ao responder, Jamie se emociona e chora, também me fazendo chorar.
— É muito pessoal pra mim quando eu escuto ou leio no Twitter ou no Instagram pessoas dizendo que eu as ajudei a encontrar coragem para ser elas mesmas com amigos e família. Vai além dos meus sonhos mais loucos que pessoas como você possam assistir e sentir que estão sendo representados de um jeito nunca antes feito. Agora eu estou ficando emocionada... Nós somos bons o suficiente, não precisamos que outras pessoas nos digam quem somos. Nós somos! Eu posso olhar no espelho e dizer "Você é boa o suficiente". Nomi tem a Amanita, Capheus tem sua melhor amiga, Lito tem Hernando, você tem seu namorado, vocês foram morar juntos e podem ajudar um ao outro no meio de todas as merdas que a vida joga em nós. Felicidade é uma escolha, nós acordados, nos mudamos pra morar com quem a gente gosta, dirigimos, fazemos tudo normalmente para superar as coisas ruins. Eu estou muito feliz por poder ser uma fonte de inspiração, então muito obrigada.
A primeira temporada de Sense8 está disponível na Netflix.
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