Musical inspirado na Tropicália, Alegria Alegria, traz Zélia Duncan como protagonista
Peça estreia no sábado (13)
Pop|Do R7

Em 2017, a Tropicália completa 50 anos. Considerada um dos movimentos que revolucionou a música e a cultura brasileira, a Tropicália virou o musical Alegria Alegria, que estreia no sábado (13).
Estrelado por Zélia Duncan, a peça terá as músicas de Caetano Veloso como eixo de encenação. Na trilha sonora, também tem Gilberto Gil, Roberto Carlos, Luiz Gonzaga e outros músicos.
O diretor, Moacyr Goés, explica que Caetano foi um dos principais músicos da Tropicália, e que tem um papel fundamental na cultura brasileira.
— A Tropicália não foi uma obra do Caetano, foi uma obra de muitas pessoas, muitos artistas, no entanto eu acredito que o Caetano é a expressão mais radical, mais imperativa do tropicalismo. Mas isso não
muita coisa, se não fosse uma obra extraordinariamente bela, com canções muito elaboradas. Quando eu me peguei querendo lembrar, querendo fazer um espetáculo que refletisse um pouco sobre a importância da Tropicália até hoje na cultura brasileira, eu vi que eu deveria ir para a obra do Caetano, que tem uma função, uma posição dentro da cultura contemporânea brasileira absolutamente fundamental.
O diretor também inovou na peça, com um roteiro que não conta uma história linear, com começo, meio e fim, e sim uma história que vai se desenvolvendo aos poucos. E para isso, usa as músicas do movimento para trazer sensações e reflexões novas no público.
— Não é um espetáculo que atenda, digamos, à trajetória tradicional do musical como linguagem, que é ter uma história, ter uma trama, e que é composto por músicas que ajudam esta trama a se desenvolver até o seu desenlace. Não acho que para falar de tropicalismo, para pensar sobre tropicalismo, pudesse ser assim, pudesse tentar colocar em uma trama tão tradicional o que, em si, é tão pouco afeito a normas. Eu procurei estruturar um roteiro que tivesse uma lógica, que contasse uma história, mas não de uma maneira tradicional, que não fosse um musical histórico, didático. Eu não quero explicar para as pessoas o que foi o tropicalismo, eu quero que as pessoas passem por uma experiência com as músicas e com as cenas, que produza sentimentos, reflexões, emoções, etc. É um espetáculo para você sorver.
Esta peça é a primeira experiência de Zélia Duncan em um musical. A cantora concorda com o diretor, e reforça, que Caetano foi um dos principais expoentes da Tropicália.
— Para mim isso será um desafio enorme – explica Zélia – Quando eu li o roteiro do Moacyr, fiquei muito comovida com tudo que vamos falar, da maneira como vamos falar, de ver que não é um musical com todas as fórmulas que todos já conhecem, pois é brasileiro e está nascendo em nossas mãos, sem cartilha prévia. Falando de um momento histórico brasileiro, de pessoas que se arriscaram de uma maneira extremamente corajosa e nisso eu acho que o Caetano tem um papel absoluto, porque ele até hoje faz isso com imensa disposição. É essa coragem que ele tem, esse talento que sempre traz frescor, isso tudo misturado. Então, é uma delícia fazer parte, se sentindo no olho desse furacão.
A peça terá dois meses de temporada e fica em cartaz até o dia 9 de julho.
Serviço:
Local: Teatro Santander
Sessões: quintas e sextas, às 21h; sábados, às 18h e 21h, e domingos, às 18h.
Temporada: 13 de maio a 9 de julho de 2017
Capacidade: 1090 assentos, sendo 16 espaços para cadeirantes e 8 poltronas para obesos.
Estacionamento: Teatro (Eventos Corporativos, Shows e Musicais - R$ 35,00 - Estacionamento acessível apenas para carro)
Ingressos: de R$ 25,00 a R$ 250,00