Pavilhão 9 lança CD pesado e furioso: "Voltamos para falar sobre o atual momento político do Brasil"

Uma das mais gratas surpresas musicais deste ano é a volta do Pavilhão 9, após 11 anos sem lançar um trabalho inédito. Banda que mistura rap com o rock há mais de duas décadas, o grupo gravou o novo CD Antes Durante Depois (Deck) com a formação reformulada.

Agora, os MCs Rhossi e Doze estão acompanhados pelo baixista Heitor Gomes (ex-Charlie Brown Jr), o baterista Leco Canali (ex-Tolerância Zero) e o guitarrista Rafael Bombeck.

Além disso, a banda está comemorando 20 anos do clássico Cadeia Nacional, que traz hits que marcaram época como Mandando Bronca, Opalão Preto e Otários Fardados.

O R7 conversou com o vocalista Rossi para saber mais sobre o retorno e a carreira do Pavilhão.

R7 — Como surgia a ideia da volta do Pavilhão 9?

Rossi — Posso dizer que são três motivos principais. Ao todo, ficamos 11 anos sem lançar um CD inédito e queríamos fazer algo novo. Em segundo lugar, eu e o Doze também quisemos continuar pelos fãs... o Pavilhão tem uma página no Facebook mantida por eles, onde temos quase 10 mil fãs pedindo a volta da banda. E queremos falar sobre o atual momento do Brasil.

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R7 — Apesar de tantos anos na estrada, as velhas músicas politizadas do Pavilhão continuam atuais?

Rossi — Infelizmente, essas músicas continuam com letras bem atuais, pois os problemas não acabaram. Além disso, continuamos falando sobre o dia a dia, como é o caso dos refugiados pelo mundo. Mas queremos passar nossa mensagem de forma positiva...

R7 — E o som da banda mudou?

Rossi — Trouxemos algo atual e moderno com a produção do CD e essa formação também fez a diferença. Então, isso tudo aliado às letras sobre o momento que o mundo está passando, deixaram o Pavilhão atualizado para a nova geração.

R7 — Você lembra de alguma história que te marcou nesses anos?

Rossi — Um dos momentos marcantes da banda aconteceu quando fizemos uma turnê do filme O Invasor (a banda participou da trilha sonora, em 2002). Fomos para o nordeste com o rapper Sabotage e foi muito legal ter passado um tempo com ele. Infelizmente, não fizemos nenhum registro de imagens ou das jam sessions, porque na época não era fácil fazer vídeos e fotos como é hoje... O Sabotage era um cara muito legal e engraçado.

R7 — Mandando Bronca marcou época com o Pavilhão 9 fazendo um dueto com Max e Iggor Cavalera. O que o hit representa para vocês?

Rossi — Essa música foi um momento muito marcante na nossa carreira. Na época, o vídeo com os irmãos deu uma vizibilidade muito grande para o Pavilhão. E o CD Cadeia Nacional está comemorando 20 anos em 2017.

R7 — Vocês pretendem fazer alguma comemoração pelo aniversário do CD Cadeia Nacional?

Rossi — O grande presente ou comemoração para isso, é o disco Antes Durante Depois com a nova formação. É isso que vem coroar a nossa carreira de tantos anos.