Show celebra encontro de gerações do rock rural em São Paulo. Veja entrevista com o cantor Tuia
Espetáculo acontece neste sábado (12), na Casa Natura, em Pinheiros
Pop|Daniel Vaughan, do R7

O rock rural é uma espécie de resposta brasileira ao folk americano. Um dos maiores nomes do gênero foi o trio Sá, Rodrix e Guarabyra, nos anos 70. Mas o estilo continua firme e forte com nomes como Tuia.
Para quem curte o formato, acontece um show histórico na Casa Natura, em São Paulo, neste sábado (12).
O Encontro das Gerações do Folk Rock Rural traz ao palco os artistas Tuia, Guarabyra (da dupla com Sá), Tavito (conhecido por grandes sucessos como Casa no Campo) e Ricardo Vignini (violeiro que mistura música regional com rock).
No espetáculo, estão grandes canções dos rockers caipiras, como Casa no Campo, Rua Ramalhete, Sobradinho, Espanhola, além de duetos memoráveis.
O R7 conversou com o compositor Tuia para saber mais sobre o projeto.
R7 — Como surgiu a ideia do show?
Tuia — Surgiu da amizade e da admiração entre nós antes de mais nada, mas virou uma ideia de projeto pela vontade de mostrar que esse gênero, o rock rural brasileiro, tem um novo legado e seus clássicos devem ser celebrados por todos, ainda mais com as novas gerações.
R7 — O que os fãs podem esperar do show?
Tuia — O show será num formato com os quatro músicos se revezando e tocando juntos, bem folk, em momentos mais intimistas e outros bem pra cima. O repertório mistura clássicos como Casa no Campo, Pássaro, Espanhola, Rua Ramalhete e novas como Flor, Vermelho Coração, Topada entre outras... Teremos a participação do grande André Abujamra, nas músicas Topada (parceria com o Ricardo Vignini) e Juvenar do Karnak. Deve ter uma surpresa para o final também.
R7 — Qual a influência do Tavito e do Guarabyra para as novas gerações?
Tuia — A geração deles é especial, eles beberam da fonte, e isso aparece nas suas composições que são ricas em poesias e harmonias, uma mistura de Beatles e bossa nova, entre o pop e a música brasileira... e a maneira que eles fizeram suas carreiras, nunca preocupados com algum mercado comercial, e sim pautados nas suas próprias crenças artísticas. Claro que pintaram no mainstream, mas sempre fazendo o que sempre fizeram. Acho que esse legado é muito importante para nossa geração que as vezes se preocupa demais com a estética e cada vez menos com sua verdade e sua música.
R7 — Nos anos 70 surgiu o que chamaram de rock rural. Hoje em dia existe um movimento que também busca inspiração na viola e temas do campo?
Tuia — Sim, existe e crescendo muito! Posso citar vários nomes em diferentes lugares do Brasil; em Minas, tem o Péricles Garcia, no Mato Grosso do Sul, surgiu o Guga Borba, em Sampa, temos o Landau, no interior de São Paulo, o Francis Rosa, no Sul, tem o Gustavo Telles... e por aí vai. Todos estão fazendo seu próprio som, bem autênticos, com essas influências em comum, mas não caindo no clichê dos modismos como tantos artistas novos hoje em dia fazem. Fazer caricatura de gringo não dá, né? (risos)
R7 — Mande uma mensagem para os fãs do rock rural.
Tuia — O rock rural brasileiro está mais vivo do que nunca! Tem a essência da nossa raiz e a universalidade moderna. Nos acompanhem, nos prestigiem, nossa música tem alma e busca corações com ouvidos e mentes abertas, tão sufocadas entre ruídos e aparências...