Rodrigo Sant’anna vive cinco personagens em Um Suburbano Sortudo: “É algo meio esquizofrênico"

Um Surburbano Sortudo é um filme de (quase) um homem só. Protagonista, Rodrigo Sant'anna não se limita ao papel de Denílson, o suburbano que dá nome ao longa. Ele interpreta mais outros quatro personagens, fazendo o que ele sabe fazer melhor: comédia. Dirigido mais uma vez por Roberto Santucci, o mago do humor cinematográfico no Brasil, o ator estreia como protagonista e leva sua marca para as telonas.

"É uma brincadeira que gosto, é meu prazer", contou o ator em entrevista ao R7. Numa rotina insana entre TV, teatro e a promoção do filme, Rodrigo Sant'anna se sente realizado com o novo projeto e disse que se dividir em muitos é o que faz dele quem é.

Ao falar sobre Um Suburbano Sortudo, ele lembrou a cena que o deixou com dor de cabeça até a primeira exibição oficial do filme.

— Teve a cena de jantar em que a família inteira está reunida e pensei: “Como vou fazer isso?”. Era uma cena que demorava umas 3h, é um pouco esquizofrênico. Demoramos seis dias para uma cena de sete, oito minutos e ainda nem sabia se daria certo por causa dos efeitos. A gente perde a autonomia, fiquei tenso com os efeitos e só vi o resultado com todo mundo.

Um Suburbano Sortudo conta a história de Denílson, um camelô de Madureira que descobre ser o herdeiro de uma fortuna. Ao tentar se encaixar na nova família, enfrente a inveja dos parentes e só conta com a empatia de Sofie, sua irmã vivida por Carol Castro. Aliás, a atriz é a única que consegue tirar a atenção de Rodrigo Sant'anna por uns minutos nas telonas.

— Não a conhecia, foi uma grata surpresa. Tanto dentro quanto fora de cena, ela é muito verdadeira e isso ajuda bastante a gente. Traz uma seriedade que a gente precisa, ao mesmo tempo em que também era muito divertida nos bastidores.

Rodrigo Sant'anna, além de se dividir em vários personagens, também enfrentou a expectativa de improvisar nas telonas.

— O improviso é um tiro, pode ou não dar certo. E é algo que adoro fazer. Fico tentando me cutucar o tempo todo pra ter algo espontâneo, uma reação das pessoas em volta. Às vezes, eu mesmo dou risada do que falo, até porque só falo o que acho graça.

Além do filme, Rodrigo Sant'anna também tem uma peça em cartaz em São Paulo e corre para os estúdios da Globo toda segunda e terça para viver a musa fitness Carol Paixão, personagem que tem um quadro no Big Brother Brasil. Ela, inclusive, é um sucesso nas redes sociais, principalmente por causa do bordão "bota a cara no sol", frase que pegou emprestada da internet.

— Sou muito observador então já tinha esse tipo da academia na minha cabeça: a pessoa fútil aspirante ao sucesso. E todo mundo conhece alguém assim, então as pessoas se identificaram por causa disso. "Roubei" o bordão da internet e o dono veio falar comigo, dizer que era uma honra.

Com tantos projetos em vista, o ator conta que às vezes a vida é corrida, mas tudo dá certo no final.

— Vou estrear minha peça em São Paulo, depois vou para o Rio, voltam as gravações do Zorra, tenho o quadro no BBB... Está apertado. Sou meio agitado, então é bom, mas às vezes me pego pensando: "Será que vou aguentar?". Fico bastante cansado, mas ainda mais agoniado com medo de não render o que posso render, entende?

Recentemente, Rodrigo Sant'anna se envolveu bastante também com o remake da Escolinha do Professor Raimundo, no qual ele interpretou Seu Batista, personagem de Eliezer Motta.

— A Escolinha foi mais um desafio, fiquei angustiado porque não sei imitar as pessoas. Falava para a Dani Calabresa: “As pessoas vão descobrir que sou um truque”. [risos]. Mas foi ótimo, no final deu tudo certo. 

Defensor da comédia até o fim, o ator ressaltou a importância do gênero para o crescimento do cinema nacional.

— O humor é a característica do brasileiro, sempre foi. As comédias voltaram a fazer sucesso e se tornaram rentáveis no cinema. E a gente tem que abraçar esse lado, que fala mais alto desde a época das pornochanchadas. 

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