Rodrigo Suricato comenta desafio de substituir Frejat no Barão: "Ajudarei a banda a conquistar público jovem"

Substituir o líder de uma banda com 35 anos de trajetória não é uma responsabilidade que todo músico encararia. Ainda mais quando se trata de ocupar o posto de um cantor como Frejat, que conseguiu se transformar em um ícone do Barão Vermelho mesmo tendo a árdua tarefa de substituir Cazuza nos vocais da banda.

Mas Rodrigo Suricato está convencido que poderá fazer um trabalho digno à frente do grupo carioca, que atualmente só tem dois membros originais: o baterista Guto Goffi e o tecladista Maurício Barros. "Não estou substituindo, e sim sucedendo o Frejat. É uma nova história. Entendo os fãs que questionaram a decisão, mas quem foi atrás de saber quem eu era ou já me conhecia, sabe que manterei o nível de qualidade da banda", avalia Rodrigo.

Apesar de assumir os vocais do Barão, a banda Suricato, da qual ele é líder, continua na ativa. No primeiro semestre deve lançar um novo CD, que vai gerar uma turnê. "Uma das exigências para assumir esse posto era pode conciliar os dois projetos. Não penso em abandonar o Suricato e acho que posso ajudar o Barão a se aproximar de um público mais jovem", comenta.

R7 — Para o público, o anúncio da sua entrada foi uma surpresa. Como surgiu o convite?

Suricato — Participei do projeto Nivea Viva o Rock com o Maurício Barros. Quando o Frejat discordou em participar da turnê comemorativa aos 35 anos da banda, o Mauricio sugeriu meu nome para o posto. Todos concordaram e eu achei uma honra esse convite. Aceitei com a certeza de que não vou substituir o Frejat. Vou apenas suceder. Não tenho a pretensão de ser ele.

R7 — Como será conciliar o Suricato num ótimo momento da carreira com este projeto?

Sucricato — Eu deixei claro que só aceitaria se conseguisse conciliar os dois projetos. Nesse primeiro semestre, pretendo lançar um novo disco com a banda. E enquanto isso vou para a estrada com o Barão. No futuro, poderemos lançar material inédito.

R7 — A banda é uma das representantes clássicas do rock nacional. Você sofreu algum tipo de crítica ao assumir o posto?

Suricato — Conversei com o Frejat antes de assumir o posto e ele foi superelegante comigo. Entendo os fãs que questionaram a decisão, mas quem foi atrás de saber quem eu era ou já me conhecia, sabe que manterei o nível de qualidade da banda. A princípio, entro perdendo de 35x0. Mas tenho 20 anos de carreira, não sou um iniciante. Os fãs vão notar isso no palco.

R7 — Você teve alguma dificuldade para se acostumar com o repertório da banda, que mudou bastante de característica ao longo dos anos?

Suricato — Pelo contrário. Para mim, foi fácil. Se tem uma banda que escutei bastante na minha vida, é o Barão Vermelho. Só de cabeça eu conhecia umas 19 músicas. Então, foi tranquilo.

R7 — O Barão surgiu em um momento bem mais positivo para o rock do que hoje. Como você encara o cenário atual sendo um dos principais nomes do novo rock nacional?

Suricato — O mainstream mudou. Não se compete com o sertanejo, que é uma fábrica de fazer dinheiro. Tem que fazer música nova com o objetivo de atingir públicos menores, mas interessados em consumir produção autoral. E música também não é bolsa de valores, onde você aposta no que está em alta. Tem que fazer o que você sabe.

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