Spinner, hit nos EUA, vira mania no Brasil
Brinquedo faz sucesso com as crianças e causa polêmica entre adultos
Pop|Karla Dunder do R7

Basta dar uma volta pela Avenida Paulista ou passar em frente a uma escola e lá estão aqueles círculos de plástico girando pelos dedos da molecada. O spinner virou febre nos Estados Unidos, na Inglaterra e a moda chega agora ao Brasil. Também conhecido como fidget spinners ou hand spinners, o brinquedo faz sucesso e ao mesmo tempo gera polêmica entre pais e educadores.
Marqueteiros de plantão anunciam o brinquedo como sendo anti-estresse e com funções terapêuticas para crianças com déficit de atenção e até mesmo autismo. Textos circularam pelas redes sociais questionando a segurança do produto. Professores reclamam que os alunos ficam viciados em girar o spinner e não prestam atenção durante a aula.
Para a psicanalista e psicopedagoga, Monica Pessanha, o spinner é apenas mais um brinquedo e a moda se dá pelo boca a boca.
— As crianças querem fazer parte daquele meio, querem pertencer ao grupo, não gostam da sensação de exclusão e assim as modas surgem e se espalham. Isso acontece com um tipo de tênis, por exemplo.
Mas, segundo Monica, qualquer objeto pode se transformar em um brinquedo, basta que a criança queira brincar por um tempo.
— O brincar por si só é terapêutico, pois tira a criança de um ambiente de ansiedade, de estresse e a leva para outro lugar. O brincar é muito importante para o desenvolvimento infantil, mas não quer dizer que o spinner tenha funções especiais para crianças com déficit de atenção ou autismo, não temos comprovação científica. Esqueça o marketing e esse papo de terapia, é um brinquedo e ponto.
Além de tirar a garotada dos eletrônicos, o spinner tem outro aspecto positivo: colabora para o desenvolvimento da coordenação motora. Ao elaborar as manobras, os pequenos têm uma percepção melhor dos movimentos. Com o treino, desenvolvem novas habilidades. A psicopedagoga observa.
— É um brinquedo legal, claro, os pais e os educadores precisam tomar alguns cuidados: em sala de aula não dá, porque o foco fica todo no objeto e não no professor. E as crianças pequenas podem engolir as peças. Fora isso, vale o divertimento.
O spinner é produzido na China e o preço, no Brasil, varia muito de R$ 25 a modelos que ultrapassam R$ 100. Se o preço não é convidativo, é possível construir seu próprio brinquedo, usando tampinhas de garrafa, um jeito mais divertido e econômico.