Terremoto: A Falha de San Andreas abusa dos clichês, mas diverte com bom elenco e efeitos impressionantes
Roteiro tem ideias batidas, mas que não atrapalham no entretenimento
Pop|Felipe Gladiador, Do R7


Nos cinemas, já vimos todos os tipos de catástrofes naturais sendo representadas. Furacões e tsunamis devastando cidades, vulcões em erupção colocando o mundo em alerta , meteoros gigantescos vindo em direção ao nosso planeta, além de outros tipos de fenômenos que mostram o poder da natureza, como a revolta assassina das aves de Hitchcock em Os Pássaros ou até mesmo os terríveis peixes carnívoros de Piranha.
O gênero parece quase sempre atingir um ponto de esgotamento, no qual muita gente se pergunta: outro filme deste tipo? É por isso que os produtores costumam dar um espaço de respiro entre um lançamento e outro, conseguindo assim manter este tipo de produção viva e sempre atrair a atenção do público. E com a evolução constante da tecnologia, é possível atingir um grau de realismo cada vez maior nos efeitos visuais que vão dar a dimensão destas catástrofes para o público.
Nesta quinta-feira (28), chega aos cinemas Terremoto: A Falha de San Andreas, mais um filme do gênero que promete dar o que falar. Logo de cara vale dizer que o longa protagonizado por Dwayne Johnson (o Hobbs, de Velozes e Furiosos) não inova no quesito roteiro. Aliás, a produção abusa dos clichês.
Johnson interpreta Ray, o habilidoso piloto de um helicóptero de resgate, e é mostrado, claro, como um herói elevado à máxima potência. Em sua primeira cena, ele é apresentado com uma virada triunfal para a câmera, óculos escuros poderosos e luzes em seu rosto que mais parecem divinas. Ele é, sem dúvida, o cara! O personagem faz manobras impossíveis para salvar as pessoas não só no ar, mas também na terra e no mar, tem tempo de discutir a relação com a ex-mulher, que agora namora com um cara muito rico, além de revirar meio mundo para resgatar a filha, que gostaria que os pais se entendessem.
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E os clichês não param apenas no herói, mas são vistos também em vários personagens, como o empresário milionário e inescrupuloso que namora a ex de Ray, vivido por Ioan Gruffudd, o cientista benfeitor interpretado por Paul Giamatti, a repórter de Archie Panjabi, que está sempre na hora certa e no lugar certo, o mocinho apaixonado de Hugo Johnstone-Burt, ou alívio cômico do ator teen Art Parkinson. Cada um tem sua função muito bem definida e explicadinha, o que poderia incomodar, mas não é assim. Apesar dos personagens manjados, o elenco é um dos grandes acertos do filme. Todos cumprem seus papeis e conquistam com bastante carisma, passando verdade, mesmo com aquela sensação de “já te vi antes”.
As belíssimas Carla Gugino e Alexandra Dadario, ex e filha do piloto de helicóptero, se destacam por interpretarem mulheres guerreiras e dispostas a tudo para ajudar seus entes queridos. Outro destaque fica com a cantora Kylie Minogue, que faz uma participação rápida, mas perfeita, como a desagradável irmã do ricaço vivido por Ion Grufford. A escalação da diva pop australiana é surpreendente, mas acertadíssima, o que nos leva a querer ver mais dela nas telonas.E ela não é a única diva da Austrália que rouba a cena. Na trilha sonora, Sia dá um show com sua versão sombria e épica do hit California Dreamin', do The Mamas & The Papas. Saí do cinema já querendo baixar a música.
Além do elenco, não dá para negar também o quanto os efeitos especiais de Terremoto: A Falha de San Andreas são impressionantes. As cenas passam um realismo assustador, por mais que as situações sejam surreais, como ver um navio cargueiro ser lançado em cima da ponte Golden Gate. As tomadas feitas de cima mostram o tamanho da destruição e as cenas rodadas no chão nos colocam de frente com os perigos enfrentados pelos personagens. Tudo é bastante exagerado e talvez a graça esteja exatamente aí. À convite da Warner, assisti ao filme em 4D, numa sala cujas cadeiras tremem quando há tremores no filmes, com água sendo jogada quando um barco passa pela tela, cheiro de queimado quando acontece um incêndio e tantos outros efeitos que tornam a experiência ainda mais legal. É o tipo de filme perfeito para ser assistido com essa tecnologia, mas como os preços destes ingressos são salgados (cerca de R$ 70 reais), vale também apostar no 3D convencional, que é muito bem utilizado.
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As resoluções e dramas do roteiro também não são novidade, mas a boa desenvoltura dos atores somada aos impressionantes efeitos especiais favorecem o filme, que se torna um divertimento despretensioso. Parece estranho falar sobre divertimento já que estamos diante de um assunto tão sério. É só pensar no exemplo do recente terremoto no Nepal, que matou inúmeras pessoas, feriu e desabrigou milhares. Os executivos da Warner, produtora do filme, até estudaram adiar a estreia , por medo que o público fosse desaprovar o longa, julgá-lo desnecessário, mas optaram por mantê-lo na data programada. E é a maneira como os desastres são abordados que livra o filme de um possível peso. Por mais que tudo o que acontece seja um espetáculo para os olhos, nada naquelas situações trágicas se torna banal ou desrespeitoso com pessoas que vivenciaram problemas reais. Além de que são inseridas, mesmo que suavemente, algumas dicas ao longo do filme, de como se proteger caso algo do tipo aconteça.
Aparando todas as arestas, o roteiro deixa o longa “certinho”, palatável para todos os tipos de público. Terremoto: A Falha de San Andreas se firma como um filme que trata de união. Por mais meloso e clichê que possa parecer, os personagens só entendem que precisam se unir nos momentos de desespero. E esta é, sem dúvida, uma mensagem forte a ser passada, mesmo que dentro de uma produção cinematográfica feita para o entretenimento. Mesmo não inovando, San Andreas tem tudo para dar novo fôlego ao gênero dos filmes de catástrofes.
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