Viúva de Champignon diz que músico nunca superou a briga com Chorão

Claudia Bossle de Campos, viúva do baixista Champignon, disse em entrevista à revista Marie Claire que, caso Chorão tivesse perdoado seu marido, tudo poderia ter sido diferente na história da banda.

Os músicos morreram em 2013. Chorão foi vítima de uma overdose em março e Champignon se suicidou em agosto. O início dos desentendimentos entre os músicos foi em 2005, quando o baixista resolveu deixar o Charlie Brown Jr. Quando retornou, em 2011, ainda havia rusgas entre os dois, que não foram resolvidas até acontecerem as tragédias.

— Meu perdão foi instantâneo, até porque aprendi muito com a relação dele e do Chorão. Se eles tivessem se perdoado para valer, tudo seria diferente. Talvez ainda estivessem aqui.

Claudia diz que, nos meses seguintes à morte de Chorão, Champignon passava horas na internet lendo as ofensas dos fãs. Ele também se ressentia do tratamento que o vocalista do Charlie Brown dava a ele após o retorno. Segundo a viúva, rolava muita grosseria e troca de ofensas nos bastidores e até durante os shows.

— Decidiram retomar o grupo, mas nunca se acertaram para valer. O Champs tinha uma necessidade enorme de se sentir perdoado. Nos shows, o Chorão era grosseiro, o humilhava no camarim e até no palco. Além do problema com as drogas, que o desequilibrava, ele cobrava do Champs uma gratidão eterna.

Um dia antes de se suicidar, Champignon chegou a perguntar para a mulher, que é espírita, o que acontecia com as pessoas que se matavam.

— Na véspera da noite fatal, ele me fez perguntas sobre suicídio. Como sou espírita, ele queria saber o que minha religião dizia sobre pessoas que acabavam com a própria vida. Expliquei as consequências terríveis desse ato e, preocupada, perguntei o porquê da curiosidade. 'Eu sempre penso que a overdose foi de propósito. Será que ele está bem agora?', foi o que me respondeu, referindo-se ao Chorão, morto seis meses antes.

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