Vocalista do Alter Bridge e parceiro de Slash fala sobre os suicídios de Bennington e Cornell: “Um monstro tomou conta deles”  

O Alter Bridge vem lançando discos bons desde quando surgiu no início dos anos 2000. Sem alcançar, entretanto, o sucesso comercial, o grupo que surgiu com ex-integrantes do Creed viu seu nome ser alçado às manchetes dos portais e revistas quando o vocalista Miles Kennedy foi convidado por Slash, guitarrista do Guns N’ Roses, para fazer parte da banda solo do músico.

A partir deste convite, Miles ganhou, não só o reconhecimento de ser um dos melhores vocalistas do rock da atualidade, como também levou nas costas uma responsabilidade proporcional ao guitarrista que acompanhava. “No começo eu era muito inocente e não tinha noção do tamanho que era cantar com um ex-membro do Guns N Roses as músicas da banda. Quando ensaiamos pela primeira vez Paradise City e Sweet Child O’ Mine quase tive um ataque. São músicas tão icônicas e que eu sempre amei cantar as letras e melodias”, contou o vocalista para o R7.

Mas Miles não poderia esperar uma repercussão tão grande da parceria entre ele e Slash: “Quando comecei a interpretar essas músicas ao vivo, as comparações [com Axl] começaram a vir. Não tinha ideia de como seria a repercussão, mas acabei me acostumando. Comecei a não ler as críticas ou nada que falasse do assunto e continuei fazendo o que devia fazer da melhor maneira possível. Entendi que não dá para agradar todo mundo”.

Durante sua estadia pelo Brasil em setembro, Miles poderá encontrar o amigo Slash durante a passagem pelo SP Trip e Rock in Rio. Foram sete anos juntos na banda batizada de Slash ft. Myles Kennedy & The Conspirators. O vocalista espera continuar a parceria com o guitarrista após a turnê do Guns N´Roses. “Continuamos nos falando esporadicamente, mais por mensagem de texto. Desejei a ele feliz aniversário e não quero perder o contato. Quanto ao futuro, veremos. Todo o trabalho que fizemos nos últimos sete anos teve um resultado muito positivo e que fez muito bem para nós”.

Um dos melhores cantores da atualidade, Miles sentiu na pele a perda dos vocalistas Chester Bennington (vocalista do Linkin Park que se suicidou no dia 20 de julho) e de Chris Cornell (vocalista do Soundgarden, Temple of the Dog e Audioslave, que também se suicidou, no dia 18 de maio). A depressão, gatilho alegado para a morte dos dois, também persegue Miles.

O vocalista conta como enfrenta o problema: “Eu tive os meus problemas, tive depressão. E é por isso que trabalho o máximo que eu posso, para manter este monstro dormindo. O que aconteceu com os dois é que o monstro tomou conta delas e eles não conseguiram fazer ele parar. Isso é muito triste e assustador porque você vê a força que esta doença tem nas pessoas. Eu sempre fico muito atento, porque a doença sempre estará lá. Você tem que conviver com ela da melhor maneira. Tem de trancar os demônios no armário. Ouça as músicas do Chris Cornell e sinta como ele era intenso e como suas músicas eram pesadas. Mesmo com todo este sucesso, com o dinheiro e com a fama, esse monstro da depressão sempre esteve dentro dele. Tenha certeza: dinheiro e fama não curam isso.”

SERVIÇO

São Paulo Trip

The Who, The Cult e Alter Bridge

Dia 21 de setembro (quinta-feira)

Allianz Parque – Av. Francisco Matarazzo, 1705 - Água Branca, São Paulo

Alter Bridge: 6:15pm

The Cult: 7:45pm

The Who: 9:30pm

Mais informações e ingressos: www.ingressorapido.com.br