Bull terrier: saiba se a raça do cachorro que atacou o spitz alemão é realmente perigosa
Especialistas detalham a origem, comportamento e dão dicas de como acalmar esses cães, que são mais fortes
RPet|André Barbeiro*, do R7
Um cachorro da raça spitz alemão foi atacado por um bull terrier e teve o focinho arrancado em São José dos Campos, no interior de São Paulo, no início do mês — ele morreu nesta quarta-feira (25). O pequeno estava na garagem quando o cão do vizinho se aproximou sem focinheira e o pegou. O caso gerou comoção e questionamentos sobre os animais da raça mais forte serem perigosos surgiram.
Ao RPet, Fernando Lopes, comportamentalista e adestrador animal, diz que os bull terrier — com origem de cruzamentos entre o old english terrier e o buldogue e já usado para combate e caça — são cachorros que demandam atenção. "Quem quiser ter um, precisa estudar sobre a raça. Não é para qualquer um. Ele precisa ser muito adestrado e socializado", sugere.
"Muitos dos tutores desses cães não têm o conhecimento suficiente sobre a raça. Então, às vezes, os deixam muito reclusos, e eles são animais que precisam gastar muita energia", explica.
O bull terrier é um animal de porte médio e muito forte, mas é carinhoso com crianças e adultos, segundo a veterinária integrativa Esther Halfon. "Se não for bem adestrado, pode, sim, se tornar agressivo com outros cães, e sua mordida faz um grande estrago", completa.
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Ela explica que a mordedura de um cão desses é de 1500 Newtons e estabelece que é maior do que a de alguns outros animais temidos. "A força de compressão das mandíbulas do leopardo é 1070 N, dos tubarões são 4500 N, do lobo é 1410 N e do urso é 2000 N", compara.
Sobre o caso do spitz alemão que levou a mordida do bull terrier, Lopes comenta que sempre que existem essas situações, o culpado é o cão, mas lembra que o manejo feito com esses bichos impacta diretamente no comportamento do animal.
Esther indica que, além do adestramento, alguns brinquedos podem ajudar a controlar os impulsos agressivos do cão. "Para acalmá-los, ossos grandes de boi e crus para roer podem liberar neurotransmissores de bem-estar", finaliza.
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*Sob a supervisão de Thaís Sant'Anna