Lentidão tem explicação: saiba essa e mais curiosidades inusitadas sobre o bicho-preguiça
Especialistas elencam fatos que fogem do comum sobre o animal e explicam o dia a dia do bicho na natureza
RPet|André Barbeiro*, do R7

Com uma aparência singular, o bicho-preguiça, ou apenas preguiça, é popularmente conhecido por sua lentidão para se mover em terra firme. Mas essa não é a única característica desses animais. O RPet conversou com biólogos, que elencam curiosidades e contam alguns detalhes sobre esses bichos, que habitam as florestas — e têm muitos fãs pelo seu jeito fofo e por sua carinha peculiar.
Vitor Filiputti, professor, biólogo e administrador do canal Pido Biologia, afirma que a velocidade das preguiças é de, no máximo, 2 metros por minuto em terra, mas que isso varia consideravelmente quando estão na água. "Sua velocidade de nado pode chegar a 13 metros por minuto", diz.
Ele explica que isso acontece por causa da sua alimentação, que basicamente é de folhas, flores e frutos. "Digerir essa comida o tempo todo não fornece o nível de calorias de que seu corpo precisa. Por isso, para não ter que mudar sua alimentação, o jeito que a espécie achou foi diminuir a velocidade de seus movimentos e, com isso, gastar menos energia", detalha.
•Compartilhe esta notícia no WhatsApp
•Compartilhe esta notícia no Telegram
O profissional ainda revela que essa lentidão passou, inclusive, a ser uma vantagem para a sobrevivência na natureza. "Em meio à vegetação, o movimento lento não destaca o animal, dificultando a visão e a percepção do predador", afirma.
Porém, o biólogo, especialista em ciências da natureza e professor Lucas Jaques de Oliveira interpreta a situação de outra forma. Para ele, a locomoção demorada do bicho pode sim ser um problema. "É exatamente por isso que passam a maior parte do tempo no alto das árvores, assim, conseguem se alimentar com mais segurança", diz.
Curiosidades
Os especialistas listaram algumas curiosidades que poucos sabem sobre o bicho-preguiça. Confira:
Respiração embaixo d'água
Filiputti afirma que uma das principais curiosidades sobre esses animais é a sua relação com a água. "Eles adoram água e podem prender a respiração por até 40 minutos", diz.
Girar a cabeça
Oliveira sai da caixinha e surpreende com um fato um tanto quanto inusitado sobre as preguiças: "Conseguem girar a cabeça em um ângulo de até 270 graus".

Não transpiram
"Elas não transpiram, com isso, evitam os odores, que poderiam atrair predadores", comenta o influenciador.
Dormem muito
Ele também fala que os bichos-preguiça dormem muitas horas. "Em cativeiro, são cerca de 18 horas por dia, porém, em ambiente natural, o tempo de sono fica em torno de oito a dez horas. Quanto mais dormem, mais economizam energia e menos se movem, evitando predação", ensina.
Dedos
Oliveira conta uma curiosidade interessante: "Existem preguiças que possuem dois dedos, e outras que têm três. Geralmente as de três são mais lentas".
Solitárias
O professor compartilha o fato de que, com exceção da relação mãe e filhos, "esses animais não são nada sociáveis e preferem estar sozinhos".
Camuflagem
Por fim, Filiputti fala que as preguiças possuem pelagem de tom castanho-acinzentada. "Isso favorece a camuflagem em galhos de árvores, além de permitir o crescimento de algas e fungos, para que parte da pelagem fique de tons esverdeados, o que aumenta o poder de camuflagem, por imitar ainda mais um galho", afirma o biólogo.
De morcego a bicho-preguiça: 7 mentiras sobre animais que você sempre acreditou
Mitos e ditados populares criam informações que nem sempre são verdade. Morcegos serem cegos e cães que latem e não mordem aparecem facilmente nessa lista. Para desbancar as inverdades e trazer à tona as realidades, o RPet conversou com o biólogo Mauri...
Mitos e ditados populares criam informações que nem sempre são verdade. Morcegos serem cegos e cães que latem e não mordem aparecem facilmente nessa lista. Para desbancar as inverdades e trazer à tona as realidades, o RPet conversou com o biólogo Mauricio Forlani, que explica em detalhes estas questões. Veja
*Sob a supervisão de Thaís Sant'Anna