Pets podem ajudar a preservar funções do cérebro de donos com o envelhecimento, aponta estudo
Tipos diferentes de animais de estimação, como cachorros e gatos, têm efeitos distintos para saúde dos seres humanos
RPet|Do R7

Cientistas descobriram que ter um cachorro ou um gato pode ajudar a manter certas funções do cérebro ativas com o passar dos anos. O estudo mostra que esses animais de estimação estão ligados a um envelhecimento mais saudável, com menor perda de memória e outras habilidades cognitivas.
“Ter um animal de estimação tem sido associado a efeitos positivos no funcionamento do cérebro em idosos”, explicou Adriana Rostekova, pesquisadora da Universidade de Genebra e autora principal do estudo, publicado na revista Scientific Reports.
“Mas ainda sabemos pouco sobre como diferentes tipos de animais afetam esses resultados.”
A pesquisa analisou dados com adultos a partir dos 50 anos, por meio de informações do levantamento de saúde e aposentadoria feito na Europa. Rostekova destacou que o diferencial do estudo foi justamente comparar os efeitos de cães, gatos, aves e peixes.
Ela acredita que os benefícios encontrados estão ligados, principalmente, à relação com gatos e cachorros, e não ao simples fato de ter um animal em casa.
“Peixes e pássaros vivem pouco, o que pode dificultar o vínculo emocional. E donos de pássaros podem ter o sono afetado pelo barulho — o que também está ligado à piora cognitiva”, explicou.
Rostekova completou: “Ter um cachorro ou gato também aumenta o contato social, o que pode ajudar a retardar o declínio cognitivo. Caminhar com o cachorro ou simplesmente conviver com um gato pode substituir, em parte, uma rede de convivência social”.
Com o envelhecimento da população e o aumento nos casos de demência, especialistas dizem que o estudo pode mudar a forma como pensamos sobre envelhecer com saúde — e sobre os animais com quem escolhemos envelhecer.
Andrew Scott, autor do livro The Longevity Imperative e dono de um gato, afirmou: “A gente costuma pensar que saúde tem a ver só com doenças e hospitais. Mas, com a vida mais longa, precisamos investir em formas de prevenção. E isso inclui como vivemos nosso dia a dia”.
“É bom ver um estudo que sugere uma forma divertida e significativa de cuidar da saúde. Muita coisa que nos recomendam não é divertida nem envolve companhia — ninguém faz jejum em família, por exemplo. Ter um bicho pode ser prazeroso, e se isso ajudar a manter a saúde, melhor ainda”.
*Sob supervisão de Vivian Masutti