Pais de Cachorro, chegamos!
Este espaço é pra você que se identifica como pai ou mãe de cachorro e não liga nem um pouco para quem não concorda com isso
Pai de Cachorro|Do R7
Este não seria o texto de abertura deste espaço. Eu tenho um conteúdo bem legal que explica a escolha do nome, o que isso representou na minha vida, os preconceitos que experimentei quando comecei a me identificar assim há mais de 10 anos e por aí vai. Mas isso vai ficar para depois por um motivo que, de fato, justifica o nome do nosso espaço.
O lançamento do Pai de Cachorro atrasou uns três meses. Já tava tudo pronto: artes aprovadas, curso de como usar as ferramentas feito (se bem que eu vou ter que fazer outra vez porque esqueci tudo), mas eu não escrevi o primeiro texto.
E eu não escrevi porque eu sou pai de cachorro mesmo. Dos meus quatro filhos, três ficaram doentes neste período, um de cada vez na sequência, mas se misturando em alguns momentos. Primeiro, um acidente, uma queda. Depois o agravamento de uma condição de saúde antiga que saiu do controle com as mudanças climáticas e, por fim, a descoberta de um problema congênito que deve ser corrigido com cirurgia. Ufa… Escrevendo assim, de forma muito resumida, já parece muito. Vivendo foi muito pior.
Todo o meu tempo extra, além do dedicado ao meu trabalho, foi para eles. E eu não estou exagerando. Todo mesmo. Durante três semanas em que cuidei do caso mais grave, que quase nos tirou um dos nossos filhos, minha rotina de trabalho se intensificou e o resultado foram dias seguidos de, no máximo, 2h30 de sono. E sono bem leve porque qualquer som me fazia pular da cama para uma operação de socorro.
Quem me acompanha nas redes sociais e está passando por aqui deve estar estranhando muito e até imaginando que não sou eu o autor deste texto porque eu tenho como missão, no conteúdo que eu produzo, compartilhar coisas boas, histórias felizes, humor, piadas, brincadeiras, momentos bons. E eu faço isso porque entendo que já temos na nossa rotina um pacote de problemas e não sou eu que vou ficar enchendo a timeline de vocês com os meus. Prefiro que as minhas redes sociais e as dos meus filhos de quatro patas sejam para espalhar bons sentimentos.
Quando a Tapioca morreu eu fiz apenas um post, no dia que aconteceu. Toda a nossa luta anterior, com cirurgias, corridas para a emergência e muito sofrimento, eu guardei. Não estou dizendo que a minha é a melhor opção, porque, para muitas pessoas, compartilhar estas lutas e receber todo o apoio, carinho e orações é um combustível fundamental.
Também sei que dividir isso pode ser uma fonte de informação para outros pais e tutores (em outro texto explico porque trato como dois grupos diferentes) que passam pelo mesmo processo. Portanto, não sei se estou certo em não compartilhar os "perrengues" da rotina deles e sim apenas os sorrisos, mas foi uma escolha e, por enquanto, sigo assim.
Mas, no caso deste espaço, contar isso tudo pra vocês explica porque eu realmente me considero pai de cachorro. Porque eles são a minha prioridade, porque eu recusei trabalhos extras nos últimos meses, porque eu deixei de participar de eventos sociais com pessoas queridas (algumas entenderam, outras não e eu não ligo), porque eu atrasei a estreia deste espaço. Eu precisava cuidar deles e pai faz isso.
E eu posso, hoje, na minha folga do trabalho numa deliciosa terça-feira, relaxar no meu sofá com três deles e o quarto no chão, ao meu lado, porque detesta sentir calor, e dividir isso com vocês porque um dos casos está resolvido e os outros dois estão sendo tratados.
Escrevo o "primeiro" texto afirmando que não me arrependo de nada. Dedico todo o tempo do mundo para eles com muita alegria e gratidão por ser pai de quatro seres maravilhosos que só me dão amor: Paçoca, Mandioca, Cafezinho e Hambúrguer. E morro de saudade da Tapi.
Sei que depois deste texto, muitas pessoas vão me mandar mensagem querendo saber como foi a doença da Tapioca e o que aconteceu com três dos meus filhos neste processo que atrasou o lançamento de Pai de Cachorro, e é bem provável que eu responda por aqui.
De forma alguma eu vou transformar este espaço em algo triste e cheio de relatos sobre problemas, mas posso compartilhar com vocês os caminhos que eu usei para conseguir as soluções para eles. Assim eu gosto.
E, como eu gosto de fazer nos lançamentos de novos espaços de conteúdo, reforço que vai ser ótimo receber sugestões de vocês sobre assuntos e temas envolvendo o mundo dos filhos de quatro patas. Viagens, dicas, histórias, curiosidades, cabe tudo por aqui desde que tenha amor na intensidade daquele que os nossos filhos de quatro patas nos entregam.
Vamos juntos.
Beijos!
Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.