Caetano Veloso e Marina Sena se unem em campanha pela regulamentação do uso de IA na música
Artistas exigem transparência e remuneração de big techs
Vanity Brasil|Do R7

A indústria musical brasileira decidiu traçar uma linha definitiva na areia quando o assunto é Inteligência Artificial. A União Brasileira de Compositores (UBC) e a Pró-Música Brasil lançaram nesta segunda-feira (17) a campanha “Toda criação tem dono. Quem usa, paga”, um movimento robusto que visa pressionar por um marco regulatório urgente no país. O objetivo é claro: garantir que a revolução tecnológica aconteça com transparência e, principalmente, remuneração justa para quem cria.
A iniciativa chega em um momento crucial, onde a discussão sobre deepfakes e o uso não autorizado de vozes de artistas para treinar algoritmos domina as redes sociais. Para dar peso à causa, a campanha convocou gigantes de diferentes gerações da nossa música. Marisa Monte, sempre cirúrgica em seus posicionamentos, defendeu o equilíbrio entre o novo e o ético:
Já Marina Sena, que frequentemente vê seu estilo pop e timbre único replicados na internet, tocou no ponto financeiro que afeta toda a cadeia produtiva. Segundo a cantora, o desequilíbrio é evidente: “Se há empresas ganhando bilhões, precisam arcar com as consequências”. O veterano Caetano Veloso reforçou o coro, alertando que é urgente garantir condições éticas para o uso dessas ferramentas no Brasil.
O problema não é a tecnologia, é o “roubo” criativo
Um dos pilares do movimento é desmistificar a ideia de que os artistas são contra a inovação. A IA é vista como uma ferramenta poderosa, mas o conflito surge quando grandes corporações de tecnologia utilizam obras protegidas — músicas, letras e vozes — para treinar seus modelos sem pedir autorização e, pior, sem pagar nada por isso.
Sem uma lei clara, compositores e intérpretes perdem o controle sobre suas próprias obras, enquanto plataformas lucram em cima de um “banco de dados” que, na verdade, é fruto de talento e investimento humano. A campanha alerta que, sem freios, a diversidade cultural e a sustentabilidade de quem vive de arte estão em risco.
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“Com uma regulamentação justa, criatividade e tecnologia podem caminhar juntas.”
