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Artista inspira público a desenhar para relaxar na quarentena

Kalina Juzwiak conta que recebeu mensagens de pessoas com ansiedade que começaram a desenhar dizendo ter se inspirado nela

Virtz|Diego Prado*

Kaju usa tudo ao seu redor como inspiração para seus desenhos
Kaju usa tudo ao seu redor como inspiração para seus desenhos

Nascida em Santos, a artista plástica Kalina Juzwiak, a Kaju, se mudou para São Paulo ainda quando era bem pequena. Apaixonada pela natureza e incentivada pelos pais, sua carreira profissional começou com arquitetura. Depois de estágios e projetos, abriu seu próprio escritório. Com o dinheiro que conseguiu guardar, resolveu se mudar para a Suíça, experimentar uma cultura nova, vivenciar sua arte e também ficar próxima da sua irmã que morava lá.

A experiência abriu novos ares, ela voltou para o Brasil, se formou em Design Gráfico e começou sua nova jornada como empreendedora criativa atendendo pessoas e empresas. No começo do ano, ela produziu artes para leiloar e arrecadar dinheiro para ajudar pessoas e animais que sofreram com as queimadas na Austrália. Recentemente ela foi convidada pela organização internacional Oceanic Global para criar desenhos para um livro de colorir, cuja renda será revertida para ajudar a ONG voltada à preservação dos oceanos.

Kaju diz que seus desenhos são um reflexo de quem ela é
Kaju diz que seus desenhos são um reflexo de quem ela é

Em entrevista, Kalina contou de onde vêm suas inspirações, deu dicas para quem gosta ou quer se aventurar no mundo da arte e falou sobre como a pandemia a afetou.

Você mentaliza os desenhos que vai produzir com antecedência ou cria espontaneamente?


Eu olho ao que está à minha volta e isso me inspira, eu tento ser eu mesma. O que sai ali é meu reflexo. Não crio antes, não faço esboço: é um impulso que mostra o que sinto, o que vejo, o que analiso. As coisas fluem de forma simples.

Uma das paredes pintadas pela artista
Uma das paredes pintadas pela artista

Como a pandemia afetou a sua produção? E a parte criativa?


Eu estava na Europa e voltei para o Brasil no começo da pandemia. Fui pega de surpresa: estava morando na Suíça, minhas coisas estão lá na Europa ainda, eu cheguei com uma mala só. Eu brinco que esse período é como uma montanha-russa, emoções lá no alto e lá embaixo. Desde abril eu estou trabalhando muito, eu me permiti mais, me descobri melhor, me conectei comigo mesma, organizei meu estúdio. Eu estava fazendo todos os trabalhos a distância até julho, agora estou avaliando meus próximos passos, comecei a retomar devagar os trabalhos feitos fora de casa, visitar um ou outro cliente...

Achou positivo esse tempo para se conhecer melhor?


No final me afetou positivamente, me conheci melhor, sim. Foi mais profunda a conexão comigo mesma e isso é ótimo para se desenvolver como artista e como ser humano.

A artista explora seus sentimentos e emoções para fazer seu trabalho
A artista explora seus sentimentos e emoções para fazer seu trabalho

As pessoas podem usar o desenho ou pintura como hobby. Durante esse período em que elas estão ficando mais em casa, você enxerga um espaço para se descobrirem com isso? Você tem alguma dica?

Com o tempo sobrando a gente pode descobrir algo novo, todo mundo tem um começo, eu acho que o importante, o principal, é começar sem medo de errar, não pensar em certo ou errado, se entregar às emoções, sem travar, ser criativo, deixar as coisas fluírem. Isso não só para desenhar, em qualquer coisa que você tente, colocar suas emoções para fora. Durante essa pandemia eu recebi relatos nas redes sociais, de pessoas com ansiedade e que começaram a desenhar dizendo ter uma inspiração em mim. É muito gostoso: elas se viam mais calmas, quase em uma meditação...

E como você se sente recebendo mensagens assim?

Me toca bastante. Esse mundo virtual tem uma distância e quando você recebe relatos, você enxerga o poder que tem, eu fico bem emocionada e é um lembrete diário, ser luz para iluminar outras pessoas, eu adoro quando me dizem que eu fui inspiração para desenhar.

"O importante é não ter medo de errar"
"O importante é não ter medo de errar"

Como a arte pode ser uma ferramenta de conscientização de questões políticas e ambientais? Recentemente você ilustrou um livro de colorir sobre a poluição nos oceanos. De que outras maneiras você vê a arte sendo usada para ajudar a população de um modo geral?

Eu acredito na arte como uma ferramenta de transformação. Eu tenho uma ligação muito forte com a natureza, eu amo a Terra. Eu acho que a arte precisa ser usada de maneira consciente, o livro do oceano é um exemplo disso, mas tudo começou em janeiro quando eu fiz, por conta própria, o leilão para ajudar quem foi impactado com as queimadas da Austrália, arrecadei R$ 8 mil e doei para uma instituição. De qualquer forma é uma ferramenta forte, a arte toca no emocional. Se você usar para o lado positivo, ela pode ser um agente de mudança.

*Estagiário do R7 sob supervisão de Patrícia Junqueira

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