Em toda virada de ano, temos o impulso de fazer listas de desejos, objetivos e sonhos para os próximos 365 dias. E é nas primeiras semanas de janeiro que os novos planos começam a ser postos em ação. O filósofo britânico John Gray acredita que os gatos... Em toda virada de ano, temos o impulso de fazer listas de desejos, objetivos e sonhos para os próximos 365 dias. E é nas primeiras semanas de janeiro que os novos planos começam a ser postos em ação. O filósofo britânico John Gray acredita que os gatos – sim, nossos amados felinos – têm muito a ensinar aos humanos sobre como levar a vida de uma maneira mais leve e sem estresse. Veja as dicas que Gray dividiu com a agência EFE Reprodução/Pixabay
Para Gray, "os gatos nos ensinam que buscar algum sentido no mundo é como buscar a felicidade: uma distração". Assim, seguindo a lógica felina, o sentido da vida pode ser definido como uma sensação tátil, ou um odor, que pode nos ocorrer casualmente. "... Para Gray, "os gatos nos ensinam que buscar algum sentido no mundo é como buscar a felicidade: uma distração". Assim, seguindo a lógica felina, o sentido da vida pode ser definido como uma sensação tátil, ou um odor, que pode nos ocorrer casualmente. "E, antes que a pessoa se dê conta, já foi embora", afirma Gray, um dos pensadores contemporâneos de maior destaque mundial e que se dedicou por anos como professor na Universidade de Oxford, na Inglaterra. “As perguntas sobre o sentido da vida e o segredo da felicidade nos perseguem desde o início da civilização. E arrisco a dizer que, nessa seara, os gatos podem nos dar conselhos tão bons quanto os grandes filósofos", acredita Gray EFE/Humberto Arellano em Unsplash
Gray sugere que os humanos sigam o que chama de "filosofia felina" para ter uma vida mais tranquila e leve. "Todos invejamos o aristocrático desapego com o qual os gatos contemplam o mundo, quão parecem confortáveis em sua própria pele, como se soubess... Gray sugere que os humanos sigam o que chama de "filosofia felina" para ter uma vida mais tranquila e leve. "Todos invejamos o aristocrático desapego com o qual os gatos contemplam o mundo, quão parecem confortáveis em sua própria pele, como se soubessem de algo fundamental que nós, humanos, não sabemos", diz Gray. O filósofo é tão encantado com a forma de viver dos gatos que escreveu um livro, Filosofia Felina, uma espécie de guia "para uma vida mais autêntica e sossegada", segundo o autor. "Os gatos não têm nenhum interesse em ensinar aos humanos como viver, mas é possível imaginar quais pistas nos dariam sobre como levar uma vida menos estressante." Assim, com base em seus estudos e observações sobre os felinos, Gray extraiu dez dicas "felinas" para que o ano que mal começou seja um dos melhores de sua vida. Veja a seguir
EFE/Paul Hanaoka em Unsplash
1. Não procure convencer um humano a ser razoável
Tentar convencer alguém a ser racional é como tentar ensinar um gato a ser vegano. Os humanos usam a razão para reforçar aquilo em que acreditam, e poucas vezes para checar se aquilo em que acreditam é ... 1. Não procure convencer um humano a ser razoável
Tentar convencer alguém a ser racional é como tentar ensinar um gato a ser vegano. Os humanos usam a razão para reforçar aquilo em que acreditam, e poucas vezes para checar se aquilo em que acreditam é verdade. Não se pode fazer nada a respeito disso. Assim, o conselho é: se a irracionalidade humana representa uma frustração ou um perigo para você, fuja dela
2. É ridículo reclamar de que não tem tempo para nada
Se você pensa que não dispõe de tempo suficiente para fazer o precisa ser feito, isso significa que não está usando bem seu tempo. Assim, Gray e seus felinos sugerem que se ocupe com algo que sirva para algum propósito, que faça sentido para você, e que use esse tempo com alegria. "Viva assim e terá sempre tempo de sobra", garante o filósofo
3. Não busque um sentido para seu sofrimento
Se você se sente triste, evite cair no vitimismo, sentindo pena de si mesmo. Ao contrário, arrisque-se a transformar a tristeza em algo que dê sentido a sua vida. "Não se apegue a seu sofrimento e evite aqueles que o fazem", afirma Gray
4. É melhor ser indiferente do que sentir-se obrigado a amar
Para o filósofo britânico, poucos ideais são mais danosos do que o de um "amor universal". Para Gray, quando não há amor de um dos lados, é melhor cultivar a indiferença, que eventualmente até pode se transformar em amabilidade
5. Pare de buscar a felicidade e, assim, talvez a encontre
Gray é taxativo: você não encontrará felicidade perseguindo-a. E isso ocorre porque ninguém sabe, na verdade, o que de fato o fará feliz. "Em vez disso, leve a vida fazendo o que julga mais interessante e será feliz sem ter que fazer esforço algum."
6. A vida não é um relato
Se você pensa que sua vida é um relato, se sentirá tentado a escrever essa história até o fim. "Mas ninguém sabe como nem quando a vida de uma pessoa chega ao fim. Assim, melhor seria deixar para lá os roteiros predeterminados e viver um dia de cada vez, escrevendo a cada dia uma página nova no livro de sua vida. "Vale mais a pena viver uma vida não escrita do que qualquer história que você mesmo invente para si", assegura o filófoso
7. Não tenha medo de ouvir a si mesmo
Muitas vezes, somos ensinados a pensar antes de agir, o que, em geral, é um bom conselho. Quando você age por impulso, é provável que esteja obedecendo à crença que interiorizou sem nem se dar conta. Porém, às vezes é melhor ouvir a intuição e seguir aquela vozinha interna que diz: "Quem sabe aonde isso poderia me levar?"
8. Durma pelo simples prazer de dormir
Se existe um conselho que poderia de fato ter sido oferecido por um gato, é este: durma por prazer. Afinal, os felinos gastam boa parte de seu tempo tirando uma soneca. E Gray completa: "Dormir para que possa trabalhar mais ao despertar é uma maneira muito triste de viver. Durma por prazer, não por necessidade"
9. Tenha cuidado com quem se oferece para fazê-lo feliz
Quem se oferece para fazê-lo feliz pode precisar de seu sofrimento porque, sem ele, teria menos motivos para viver. Assim, para Gray, é importante desconfiar das pessoas que ficam dizendo aos quatro ventos que vivem para os outros
10. Olhe para o mundo sem esforçar-se para encaixá-lo num roteiro
Quando uma pessoa olha para as coisas sem querer mudá-las, o que em muitas culturas é chamado de "contemplação", ela consegue se permitir vislumbrar a eternidade. Cada momento pode estar completo em si mesmo. "A eternidade não é uma ordem diferente das coisas, mas sim o mundo visto sem ansiedade."
Reprodução/Pexels