Hospital Souza Aguiar utiliza pele de tilápia para tratar queimaduras
CTQ (Centro de Tratamento de Queimados) da unidade hospitalar é o primeiro do Estado do Rio a utilizar a técnica desenvolvida pela federal do Ceará
Virtz|Do R7
A pele de tilápia – espécie de peixe comum em várias regiões do Brasil – está sendo utilizada no tratamento de queimaduras no Hospital Municipal Souza Aguiar, na região central do Rio de Janeiro.
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O CTQ (Centro de Tratamento de Queimados) da unidade hospitalar é o primeiro do Estado do Rio a utilizar a técnica desenvolvida pela UFC (Universidade Federal do Ceará).
De acordo com o hospital, duas pacientes com queimaduras graves foram tratadas logo no primeiro mês com a pele do peixe de água doce, e apresentaram cicatrização mais rápida e com menos queixas de dor.
“A pele de tilápia é um curativo biológico e tem apresentado resultados terapêuticos melhores até do que a pele de cadáver. O material é hidratado e aplicado diretamente sobre as queimaduras, sem a necessidade de pomadas ou outros insumos. Conforme as lesões vão cicatrizando, a pele de tilápia vai se soltando. Os pacientes relatam coceira neste período final, o que é uma reação típica do processo de cicatrização”, explica a chefe do CTQ do Hospital Municipal Souza Aguiar, a cirurgiã plástica Irene Daher.
Para ser utilizada, a pele da tilápia passa por um processo de preparo e desinfecção que inclui exposição a raios gama (radiação). O material resistente, elástico e rico em colágeno pode permanecer no local por até 10 dias, o que reduz os riscos de infecção e custo do tratamento pela metade.
O material aguarda a licença definitiva da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para poder ser utilizado em tratamentos de queimaduras em todo o SUS (Sistema Único de Saúde).