Jovem que fez perna mecânica com sucata de bicicleta ganha prótese
Marcos de Oliveira Moraes, de 23 anos, usou o cano da bike como perna e selim como pé em prótese caseira. Vídeo viralizou e ele recebeu ajuda
Virtz|Do R7
O jovem Marcos de Oliveira Moraes, de 23 anos, que virou sucesso nas redes sociais com um vídeo em que usava sucata de bicicleta para montar uma perna mecânica, acaba de ganhar uma prótese de última geração, em Sorocaba, no interior de São Paulo.
Marcos perdeu a perna esquerda depois de um acidente de moto em abril de 2018 na cidade em que reside, Itaituba, no Pará.
Com o membro amputado na altura do joelho, ele passou a andar de muletas, até conseguir comprar uma perna mecânica com o dinheiro do DPVAT, o seguro de danos pessoais causados por acidentes de trânsito, agora extinto pelo presidente Jair Bolsonaro.
Moraes contou que o equipamento durou apenas três meses e ele voltou a andar de muletas. "Aquela situação me incomodava, pois limitava muito minha mobilidade. Eu estava pensando em uma solução, quando vi a bicicleta velha que tinha sido do meu pai."
O jovem usou o cano da bike como perna e o selim como se fosse um pé para dar forma à sua prótese caseira. "Usei massa plástica e um cano de PVC para encaixar no joelho e fui adaptando até conseguir andar. Ficou melhor do que a muleta", conta.
Ele disse que uma amiga fez o vídeo e postou em rede social. O vídeo viralizou e, após alcançar 13 milhões de visualizações - número que é quase o dobro da população do Estado em que ele mora -, o caso atraiu a atenção do empresário sorocabano Nelson Nolé.
Dono de uma empresa de aparelhos ortopédicos e próteses, Nolé pagou a passagem para que Marcos se deslocasse de Itaituba a Sorocaba. No sábado (7), o rapaz fez os primeiros testes como o equipamento de última geração, feito com fibra de carbono, o mesmo material dos carros de Fórmula 1.
Marcos ficará uma semana em Sorocaba se adaptando ao equipamento. Segundo Nolé, depois do período de adaptação, ele poderá andar de bicicleta, dirigir carro e até correr. "Só não pretendo voltar a pilotar moto", diz o jovem.
Ele conta que a ajuda veio a calhar. "Eu não teria dinheiro para comprar uma coisa dessas. Moro com minha avó, e ela mantém a casa com sua aposentadoria."
Após o acidente, ele se viu obrigado a trancar o curso de gestão ambiental que fazia em Itaituba. Com a fama repentina, o rapaz foi convidado a cursar uma universidade em Belém, capital do Estado.