Jovens de baixa renda do RJ ganham bolsas de até R$ 6 mil
Ação contemplou os 239 melhores estudantes do ensino médio e do ensino superior de municípios pobres do estado carioca
Virtz|Alex Gonçalves, do R7*
Jovens moradores de Santa Cruz, Itaguaí e Seropédica, municípios carentes do Rio de Janeiro foram contemplados pelo programa Prêmio Roberto Rocca, ao todo: 239 melhores estudantes do ensino médio e ensino superior da região.
Esses estudantes de baixa renda receberam uma premiação no valor único de R$ 6 mil, para os estudantes universitários de engenharia e R$ 2,5 mil para os alunos do ensino médio das escolas públicas — Fatec (Faculdades de Tecnologia do Estado de São Paulo) e Cefet (Centro Federal de Educação Tecnológica) nas regiões.
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Monike Evelyn da Silva Fonseca, 25 anos, moradora do bairro Campo Grande, zona oeste do Rio de Janeiro, é estudante de engenharia de produção no Cefet-Itaguaí e recebeu a premiação do programa pelo quarto ano consecutivo. Ela conta que o valor da premiação chegou em boa hora: “Estou mais perto de realizar o meu grande sonho de fazer um intercâmbio”, diz.
De origem humilde, Monike vê o prêmio como um incentivo. “A gente sabe que além da dedicação nos estudos, muitas vezes a gente precisa saber aproveitar as oportunidades e isso é exatamente o que tenho feito agora”, conclui.
Guilherme Campos, morador do conjunto habitacional Nova Sepetiba, na zona oeste do Rio de Janeiro, é recém-formado no ensino médio na Escola Estadual Barão do Rio Branco em Santa Cruz, ele tem o sonho de cursar medicina e pretende usar o valor do prêmio para se preparar com os vestibulares.
“Agora com o atual cenário da pandemia é preciso ir em busca de novas fontes de aprendizado, principalmente com o ensino a distância”, diz. Ainda, de acordo com Guilherme, a iniciativa tem contribuído para a sua educação.
Lucas Machado de Araújo, 22 anos, mora em Seropédica e estuda engenharia química na UFRRJ (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro). Participante desde a primeira edição do programa em 2019, ele lembra que as bolsas garantiram a permanência e conclusão da graduação. “Eu conseguia manter as condições necessárias para os estudos, como a compra dos livros e equipamentos que complementavam o meu aprendizado.”
Atualmente, o jovem é trainee na Ternium. “O programa foi essencial para o meu desenvolvimento profissional. Entrei como estagiário, minha primeira experiência profissional. Tenho certeza de que o futuro dos alunos vencedores hoje será brilhante”, relata.
Já Julia Gonçalves Maia, 22 anos, é aluna de engenharia de materiais na UFRRJ e mora em Campo Grande. “O programa foi um divisor de águas na minha vida e me fez parar para pensar, pela primeira vez, em como seria a minha carreira”, inicia.
A jovem, vencedora pelo segundo ano consecutivo, soube do programa pela irmã em 2019 que também foi premiada naquele ano. “São iniciativas assim que promovem a educação. Foi com o dinheiro do prêmio que me qualifiquei, investimento em cursos e idiomas.”
*Estagiário do R7 sob supervisão de Karla Dunder