Startup cria ferramenta que facilita denúncia de assédio no trabalho
Dispositivo permite fazer o relato sem se identificar e escolher enviá-lo apenas se o assediador já tiver sido denunciado antes
Virtz|Do R7
A startup SafeSpace acaba de criar uma ferramenta para incentivar denúncias de assédio no ambiente de trabalho e contribuir para que empresas identifiquem e resolvam o problema, antes que ele se torne mais grave.
Chamado "Connect", o dispositivo funciona em tempo real e permite que a pessoa assediada descreva o abuso por meio de perguntas geradas pelo sistema. Há ainda a opção de responder as questões sem se identificar e escolher enviar o relato apenas se o assediador já tiver sido denunciado anteriormente.
Dados de uma pesquisa do LinkedIn feita em parceria com a consultoria de inovação social Think Eva mostram que quando algum tipo de assédio acontece no ambiente de trabalho, 50% das vítimas relatam o episódio a alguém próximo, 33% se calam e não fazem nada, enquanto 14% pedem demissão.
Entre as pessoas entrevistadas, apenas 5% recorrem à área de recursos humanos da empresa e 8% procuram os sistemas de denúncia anônima da companhia.
De acordo com Rafaela Frankenthal, cofundadora da SafeSpace, após um ano de uso do Connect, empresas clientes da startup recebem 10 vezes mais relatos e resolvem casos de assédio no ambiente de trabalho três vezes mais rápido do que as instituições que usam canais de denúncia analógicos.
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Ela observa que havia a expectativa de que a rotina de home office fosse gerar uma diminuição nos casos de assédio, contudo, essa ideia foi descartada, pois o trabalho remoto facilitou o exercício de poder de alguns funcionários sobre os mais vulneráveis e, consequentemente, o clima de hostilidade migrou para o ambiente virtual.
“Além de ajudar a empresa a detectar riscos de forma mais ágil, o envio [da denúncia] com Connect também ajuda a contornar o anonimato, o que torna o processo de mediação e/ou investigação mais fácil. Queremos aumentar ainda mais a visibilidade e eficiência do processo”, afirma Rafaela.