Startup transforma desperdício em alimentos para quem precisa
Connecting Food é a primeira startup brasileira de impacto social que evita o desperdício de alimentos ao doá-los para ONGS
Virtz|Júlia Putini, do R7*
A empresa Connecting Food é a primeira startup brasileira de impacto social que atua evitando o desperdício de alimentos no país. A proposta é atuar na gestão inteligente da doação de alimentos excedentes, viabilizando a conexão entre varejistas, distribuidores e organizações da sociedade civil que prestam assistência a pessoas em situação de vulnerabilidade social.
Essa atitude é mais do que necessária, principalmente durante esse momento em que mais de 116,8 milhões de pessoas estão em situação de insegurança alimentar ou passando fome, segundo pesquisa feita em dezembro de 2020 pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan).
Tendo isso em vista, o projeto foi selecionado para o Programa de Aceleração Social Impactô – Especial COVID-19, uma iniciativa do Instituto Neoenergia em parceria com o Instituto Ekloos.
O edital, aberto no início da crise sanitária provocada pelo novo coronavírus, selecionou 16 organizações do Rio de Janeiro e São Paulo, entre ONGs e negócios de impacto, que atuassem diretamente nas comunidades, minimizando os efeitos da pandemia, para se desenvolverem, aperfeiçoando seus processos de gestão, e para ampliar o seu impacto social.
Toneladas de alimentos
Desde sua fundação, em 2016, startup já facilitou a distribuição de mais de 2.000 toneladas de alimentos, beneficiando mais de 250 organizações sem fins lucrativos e complementando mais de 4 milhões de refeições com porções de frutas, legumes e verduras para pessoas em situações de vulnerabilidade.
"Atuamos em mais de 400 pontos de varejo entre São Paulo e Rio de Janeiro, funcionando como uma inteligência para identificar pontos onde há desperdícios de alimentos e conectar com organizações sociais próximas", explica a fundadora e CEO Alcione Silva, engenheira de alimentos.
"Treinamos os funcionários dos locais onde fazemos a captação do alimento para estarem adequados às normas e procedimentos e também treinamos as organizações para buscar os alimentos, fazendo assim com que as duas pontas se conectem e estabeleçam a logística por conta própria", completa ela.
Alcione explica que a doação de alimentos é consequência de uma ineficiência da cadeia. "Lógico que sempre vai ter um excedente e o ideal é ser doado, e não desperdiçado. Nossa ideia também é ajudar os doadores a reduzir o desperdício, através dos dados oriundos do nosso monitoramento", ressalta a CEO.
Neste ano, através das mentorias de aceleração do Instituto Ekloos, a Conecting Food implementará, no nordeste brasileiro, a expertise adquirida durante os anos de atuação.
"A estrutação da metodologia e proposta de valor do negócio propiciaram a expansão pelo Brasil", finaliza Alcione.
*Estagiária do R7, sob supervisão de Luciana Mastrorosa