Óinc óinc! Desenho Peppa Pig vira febre ao dar bons exemplos a pais e filhos
Produção comemora um ano de exibição no Brasil com estímulo à convivência saudável
Casa e Decoração|Marcella Franco, Do R7

Mesmo que você não tenha filhos pequenos, é bem provável que já tenha ouvido falar na Peppa.
A porquinha que virou febre no mundo chegou ao Brasil há apenas um ano, e mesmo este curto espaço de tempo já foi suficiente para conquistar não só os pequenos espectadores, mas também pais e mães que viram nas mensagens positivas da personagem uma boa novidade no universo dos desenhos animados.
“Peppa e sua família resolvem conflitos de maneira interessante e promovem interações positivas. São modelos de bom comportamento”, avalia a psicóloga Alessandra Bolsoni Silva, do Departamento de Psicologia da Unesp de Bauru.
— São poucos os desenhos hoje em dia que ensinam coisas boas não só às crianças, mas também aos adultos que cuidam delas.
As “coisas boas” a que Alessandra se refere são, por exemplo, a expressão de sentimentos, o reforço da autoestima e os exemplos de cooperação que a família Pig apresenta a cada novo episódio.
O núcleo principal do desenho é composto pela pequena porquinha, seus pais e seu irmão mais novo George, que adora dinossauros e mostra a Peppa que cuidar de alguém menor e desenvolver responsabilidades é importante e pode também ser muito divertido.
Papai Pig, por exemplo, está sempre rindo, especialmente quando brinca com os filhos. Seus hobbies são ler jornal e viajar de carro, e a única coisa que o faz reclamar um pouco é quando perde seus óculos.
“A barriga do meu papai é bem grandona, igual à do papai da Peppa”, compara rindo a pequena Clara, de cinco anos, fã do desenho desde a sua estreia.
“Peppa é um ótimo exemplo para ela”, completa sua mãe, a empresária Mariana Castelo Branco, que costuma assistir aos episódios ao lado da filha ao menos uma vez por dia.
— No entanto, já vi várias mães se queixando que não conseguem fazer tudo de maneira zen o tempo todo como acontece com a Mamãe Pig. Toda mãe vira monstra de vez em quando. Não é algo que me incomode particularmente, acho fake, mas acho digno. Seria perfeito se todo mundo fosse zen e os pais dessem risada das pestices dos filhos.
Para a psicóloga Alessandra, que também é mãe de uma menina pequena, o desenho de fato retrata situações ideais, e não reais. Só que isso, segundo ela explica, não deveria ser motivo para frustrações, e sim servir como espelho.
— As mães deveriam tentar ser como Mamãe Pig o máximo que conseguirem. Minhas pesquisas mostram que pais que perdem a paciência de vez em quando não causam grandes prejuízos às crianças, o problema é se forem assim o tempo inteiro. Pais e mães estressados, que nunca brincam, nunca dão atenção trazem problemas para o desenvolvimento da criança.
Peppa Pig foi criado em 2004 na Inglaterra, e atualmente é exibido em 180 países. Recebeu diversos prêmios da indústria da animação e da televisão infantil, entre eles o BAFTA, em 2005 e 2012, e o The British Animation Awards, em 2006.
O Brasil exibe o desenho desde 29 de abril de 2013 na TV a cabo. De olho no seu sucesso, fabricantes de brinquedos, por exemplo, começaram recentemente a apresentar produtos licenciados ao mercado nacional. Na última edição da feira Abrinq, realizada este mês em São Paulo, lojistas puderam conferir de perto uma enxurrada de licenciamentos, entre eles 21 diferentes brinquedos incluídos só no catálogo da fabricante Estrela, por exemplo.
“Assistir desenhos e se apaixonar pelos personagens pode ser saudável, sim”, decreta Alessandra.
— Entre outras coisas, porque ajuda a criança a prestar atenção a detalhes. Só traz prejuízo quando estimula condutas inadequadas, como, por exemplo, a violência.
Na casa da jornalista e blogueira do R7 Flávia Ribeiro, isso é comprovado no dia-a-dia. Mãe de Lucas, de 4 anos, e Luiza, de 9 meses, ela conta que Peppa Pig é o grande xodó da família, e que ela consegue perceber claramente a influência positiva do desenho no comportamento do filho mais velho.
— Se coloco, por exemplo, super-heróis aqui em casa, logo que acaba Lucas está de fantasia e fingindo lutar, imitando o desenho. Não chega a bater de verdade, mas fica agitado, o que eu não gosto. Já a Peppa é tranquila e doce, e ele fica calmo assistindo.
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