Peso ‘derrete’ e turistas fazem a festa em compras na ArgentinaFlipar|Do R706/07/2023 - 19h31 (Atualizado em 03/04/2024 - 14h40)twitterfacebooklinkedinwhatsappgoogle-newsshareAlto contrasteA+A-A Argentina vem sofrendo com a desvalorização acentuada de sua moeda em relação ao dólar. Em maio, um dólar chegou a valer perto de 500 pesos argentinos. O índice atraiu uma onda de turistas de países vizinhos em busca de produtos e serviços. Reportagem do jornal uruguaio El País mostrou que excursões vêm sendo organizadas exclusivamente para compras em Buenos Aires e outras cidades argentinas. Para os brasileiros, as compras também têm se tornado vantajosas - na cotação atual, um real está na casa dos 53 pesos. Uma curiosa postagem refletindo essa situação foi feita pelo perfil O autor do post, João Pedro Mazzei, fez vídeo mostrando o que conseguiu comprar no país com apenas R$100. Flipar João Pedro ainda acrescentou um vinho na compra, totalizando os R$100. Dados oficiais indicam que a quantidade de turistas na Argentina mais que dobrou em relação ao mesmo período em 2022. O peso vem se desvalorizando desde 2020, na esteira da crise inflacionária que abarca o país sul-americano. Se os turistas enxergam o país como paraíso para as compras, o derretimento da moeda vem produzindo aumento da pobreza da população local. Terceira maior parceira comercial do Brasil, a Argentina viu sua inflação superar os três dígitos no início do ano. Diante desse cenário, argentinos buscam se desfazer das moedas locais, que têm o valor seguidamente corroído. A maioria dos preços de bens e serviços na Argentina está atrelado ao dólar. Em 2019, o governo passou a impor limite para a quantidade de dólares que podem ser comprados por um argentino (US$ 200 ao mês). A medida fez crescer a venda da moeda americana no paralelo - o dólar blue (cotação que acaba sendo a referência no dia a dia). Segundo os especialistas, a principal razão para a espiral inflacionária da Argentina é a quantidade de pesos em circulação. Para sustentar suas despesas, o governo de Alberto Fernández passou a imprimir pesos, pois a emissão de títulos não deu conta da necessidade de financiamento. A situação chegou a um ponto tão crítico que o Banco Central da Argentina encomendou novas cédulas de casas da moeda de outros países, como Espanha, França e Brasil. Em meio a essa crise, a Argentina terá eleições presidenciais em outubro. Candidato da extrema direita, Javier Milei tem explorado o incômodo populacional com a inflação prometendo dolarizar a economia e acabar com o Banco Central. As pesquisas, porém, têm indicado uma polarização do eleitorado entre situação e oposição conservadora. O candidato situacionista é o atual ministro da economia, Sérgio Massa. A ex-ministra da Segurança Patricia Bullrich e o prefeito de Buenos Aires, Horacio Larreta (foto), aparecem como os dois candidatos da oposição com chances de vitória. google-newsfacebooktwitterwhatsapplinkedinshare