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Patricia Lages

Dia Nacional da Alfabetização, o que há para comemorar?

Com 10 milhões de analfabetos no país, previsão do Plano Nacional de Educação de erradicar analfabetismo em 2024 é improvável

Patricia Lages|Do R7

Estudantes brasileiros têm baixo desempenho em leitura e matemática, segundo dados do Pisa
Estudantes brasileiros têm baixo desempenho em leitura e matemática, segundo dados do Pisa

Desde 1966, 14 de novembro foi a data escolhida para comemorar o Dia Nacional da Alfabetização. Porém, quase 60 anos mais tarde, o país não tem muito o que celebrar.

Segundo a PNAD Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), divulgada em junho deste ano, a taxa de analfabetismo caiu de 6,1%, em 2019, para 5,6%, em 2022. Embora esse 0,5% represente 490 mil analfabetos a menos, o Brasil ainda está longe de erradicar o analfabetismo no ano que vem, como pretendia o PNE (Plano Nacional de Educação), principalmente se considerarmos um problema ainda maior: o analfabetismo funcional.

O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) considera para fins estatísticos que analfabeto funcional é o indivíduo acima de 15 anos de idade que não completou quatro anos de ensino formal e que, apesar de ler textos simples, não é capaz de compreender seu sentido e nem de se expressar pela escrita.

Porém o que se vê atualmente é que essas incapacidades, tanto de compreensão de textos simples quanto a falta de habilidade na comunicação escrita, acometem estudantes do ensino médio, ou seja, que estão cursando o 10º ano escolar.


O Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa, na sigla em inglês), promovido pela OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), avalia alunos de 15 anos, de 79 países, incluindo o Brasil. 

Em relação à leitura, apenas 2% dos estudantes brasileiros estão acima do nível considerado adequado, enquanto 43% estão abaixo do mínimo esperado, e 98% são incapazes de diferenciar fatos de opiniões.


Só para constar, em matemática o desempenho é ainda pior, pois 68% dos estudantes brasileiros ficaram abaixo do nível mínimo esperado. No geral, o Brasil está entre os 20 piores no ranking, embora invista mais em educação do que vários países sul-americanos. Segundo o Portal do MEC (Ministério da Educação), esses índices estão estagnados desde 2009.

Os resultados práticos mostram que não adianta investir muito, o problema é investir mal. Se queremos mudar essa realidade, precisamos de um sistema de ensino sério, efetivo e livre de doutrinações ideológicas.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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