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Patricia Lages
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Endividamento e inadimplência: como vencer esses desafios

Feirões limpa-nome, perdão de dívida, diminuição de juros: por que nada disso tem funcionado para acabar com a inadimplência?  

Patricia Lages|Do R7 e Patricia Lages


Desenrola Brasil poderá beneficiar até 70 milhões de endividados
Desenrola Brasil poderá beneficiar até 70 milhões de endividados

Segundo dados do SPC Brasil e da Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL), 60,2 milhões de brasileiros encerraram o ano de 2017 com o CPF negativado, ou seja, com uma ou mais dívidas vencidas que levaram seu nome aos cadastros de devedores.

De lá para cá foram realizados inúmeros programas e feirões de renegociação para propor facilidades ao devedor, como a diminuição e até mesmo a retirada total dos juros e a possibilidade de parcelamento com mensalidades de valor mais baixo.

Mesmo com todas essas medidas, a situação atual se mostra ainda pior. Segundo o Mapa da Inadimplência e Renegociação de Dívidas da Serasa, em julho deste ano o número de inadimplentes foi de 71,41 milhões, ou seja, um salto de quase 19% em menos de seis anos. Além desse aumento, o valor das dívidas também cresceu.

Em julho de 2022, o valor médio das dívidas por pessoa era de R$ 4.253,26, o que somou R$ 287,6 bilhões em dívidas, ou seja, um montante que deixou de circular no país e corroeu o orçamento dos devedores com a cobrança de juros. Já em julho de 2023, o valor médio das dívidas por pessoa subiu para R$ 4.923,97, e a soma das dívidas bateu a casa dos R$ 351,6 bilhões.

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Por outro lado, um levantamento do Banco Central e da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) mostrou que 70% dos brasileiros gastam o salário todo ou mais, o que representa cerca de 150 milhões de pessoas sem planejamento ou controle financeiro.

O que as estatísticas demonstram é que a inadimplência se tornou um problema crônico no país, ou seja, as causas não vêm apenas de situações ocasionais ou emergenciais, mas sim de situações comportamentais. É comum ao brasileiro gastar tudo ou mais do que ganha e usar o crédito como complemento de renda.

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Os programas de renegociação não têm sido suficientes para tirar as pessoas das dívidas, pois eles simplesmente remediam o problema sem combater a causa. A falta de educação financeira e uma vasta oferta de crédito são as principais fontes da inadimplência. É preciso que o inadimplente entenda o que o levou a essa situação e mudar suas atitudes para alcançar resultados diferentes.

Enquanto isso não for feito, qualquer medida paliativa — por melhores que sejam as intenções — será como tapar o sol com a peneira.

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Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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