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Patricia Lages

Funcionários do Google que exigiram boicote a Israel agora poderão protestar em casa

Protestos em três cidades americanas terminam com 28 funcionários demitidos e 9 presos em Sunnyvale

Patricia Lages|Patricia LagesOpens in new window


Imagine que você esteja trabalhando em uma das maiores empresas do mundo, com inúmeros benefícios, ótimo salário e grandes perspectivas de crescimento. Mas em vez de ser grato e retribuir com o seu melhor, você se acha tão especial, tão genial e absolutamente insubstituível a ponto de exigir que um contrato de US$ 1,2 bilhão (mais de R$ 6,3 bilhões) seja cancelado simplesmente porque você e seus amiguinhos não gostam do cliente.

RESUMINDO A NOTÍCIA

  • Funcionários exigem cancelamento de contrato bilionário com Israel
  • Protestos aconteceram em três cidades americanas
  • Após ocupação de escritório, nove funcionários são presos

Foi exatamente isso que funcionários do Google fizeram, na última terça-feira (16), em Nova York, Seattle e Sunnyvale, nos Estados Unidos. Para forçar a big tech a cancelar um contrato firmado com o governo de Israel, em 2021, a organização No Tech for Apartheid liderou o protesto nas três cidades americanas. Os manifestantes pretendiam ocupar vários escritórios da empresa até serem atendidos.

Porém, o que esses funcionários não sabiam é que até mesmo empresas que apoiam ideias e levantam bandeiras nada ortodoxas, digamos assim, não gostam quando essas mesmas ideias são praticadas dentro da própria casa...


Chris Rackow, vice-presidente de Segurança Global da empresa, comunicou a demissão de 28 funcionários em um e-mail compartilhado com toda a companhia, citando as ações dos manifestantes como “inaceitáveis e extremamente perturbadoras” e que “fizeram os colegas de trabalho se sentirem ameaçados”. Após ocuparem o escritório do CEO do Google Cloud, Thomas Kurian, em Sunnyvale, a polícia foi acionada e nove funcionários foram detidos.

Por outro lado, um representante da No Tech for Apartheid afirma que nem todos os funcionários demitidos estavam nos protestos. Segundo o The Wall Street Journal, a organização emitiu um comunicado dizendo que “este ato flagrante de retaliação é uma indicação clara de que o Google valoriza mais o seu contrato de US$ 1,2 bilhão com o governo genocida e os militares israelenses do que seus próprios trabalhadores, aqueles que criam valor real para executivos e acionistas”.

Talvez agora os manifestantes tenham entendido que não, caprichos de funcionários não valem US$ 1,2 bilhão. E que, sim, agora poderão protestar livremente, imprimindo seus cartazes com dinheiro do próprio bolso, ou mesmo dentro de casa, enquanto buscam outra forma de pagar o aluguel.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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