Ganhar dinheiro não é uma atividade, é uma habilidade que se aprende
Riqueza depende de sorte ou de capacidades que qualquer pessoa pode desenvolver? Confira o que diz Naval Ravikant
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A maioria das pessoas acredita que ficar rico é questão de sorte, de alguma oportunidade rara que surge apenas para alguns afortunados ou fruto de genialidade que, como sabemos, poucos têm ou sabem usar. Seja como for, ideias como essas vêm da mesma fonte: a prosperidade financeira é um privilégio de quem nasce na “família certa” ou consegue ter acesso a redes exclusivas.
Porém, segundo Naval Ravikant, um dos pensadores mais influentes do Vale do Silício, esses conceitos são tão limitadores quanto falsos. A obra O Almanaque de Naval Ravikant, compilada e editada por Eric Jorgenson (Ed. Intrínseca), afirma que a riqueza é o resultado de habilidades que qualquer pessoa pode aprender e praticar, e não como um evento extraordinário que acontece apenas com alguns poucos “sortudos”.
Naval desmonta diversos mitos, incluindo o que sugere que para alcançar a riqueza são necessárias várias gerações, pois ela só seria construída por meio da transmissão de bens de uma geração para a seguinte. Para ele, qualquer pessoa pode aprender a fazer dinheiro da mesma forma como qualquer um pode aprender a ler, dirigir ou empreender, ainda mais em tempos de conectividade global e redes sociais. Mas ainda abordaremos outros mitos.
Mito do trabalho duro para ‘ganhar dinheiro’
O termo “ganhar dinheiro” em todos os meus textos aparece sempre entre aspas porque precisamos entender que dinheiro não se ganha, se faz. Quando acreditamos que dinheiro é algo que se ganha, nos colocamos em uma posição passiva, afinal, o que podemos fazer para ganhar algo senão esperar que alguém nos dê? Mas quando o vemos como algo que se faz, se constrói, o comando que damos ao nosso cérebro é totalmente diferente.
Voltando a Naval Ravikant, ele afirma que o que confunde a maioria das pessoas é acreditar que “ganhar dinheiro” é a mesma coisa que trabalhar duro. Não é. Trabalho duro gera renda, mas a geração de riqueza é outra coisa:
A renda depende das horas que você entrega ao seu empregador. Já a riqueza nasce quando você constrói ou possui algo que continua gerando valor enquanto você dorme.
Por isso, Naval é categórico: se você troca tempo por dinheiro, pode até ganhar bem, mas jamais ficará realmente rico ou desfrutar da liberdade que o dinheiro pode proporcionar. O caminho para a independência financeira, segundo ele, passa por uma palavra pouco discutida no Brasil: equity, que é receber dinheiro por algo que se constrói ou se cria: uma empresa, um produto, um conteúdo, um software, um livro, um ativo financeiro. Isso porque, enquanto atividades têm limite, o equity é escalável.
Imagine que um professor consiga dar cinco aulas por dia, cinco dias por semana. Ele pode trabalhar duro nas cerca de cem aulas que leciona mensalmente, mas ainda assim, estará limitado à renda que obtém de sua capacidade máxima de trabalho. E, se por qualquer motivo tiver de reduzir sua capacidade de trabalho, sua renda também será reduzida. Já se esse professor usar seu conhecimento para escrever um livro ou criar um curso online, esses produtos podem ser vendidos centenas e até milhares de vezes sem esforços adicionais. Ou seja, a atividade que realizamos é finita, mas equity é exponencial.
Mas afinal, como chegar lá?
A resposta de Naval pode ser resumida em dois princípios: desenvolvimento de conhecimento específico e alavancagem. Quando você desenvolve habilidades únicas, torna-se relevante e, em alguns aspectos, insubstituível (ou quase). Coisas que só você faz de uma determinada forma ou sob uma visão particular baseada no seu repertório e estilo, lhe conferem um certo nível de insubstituibilidade e é justamente isso que, quando aplicado ao mercado, possui alto valor.
A partir desse conhecimento, entra o princípio da alavancagem, que pode ser dividida em três tipos principais:
- Alavancagem de capital: usar dinheiro para fazer mais dinheiro
- Alavancagem de pessoas: equipes que multiplicam a sua capacidade produtiva
- A alavancagem tecnológica: produtos digitais que se transformam em dinheiro independentemente do seu tempo.
Hoje, é possível que uma única pessoa com um computador produza mais impacto econômico do que corporações inteiras dos anos 1990. Quem entende que suas próprias habilidades combinadas com um ou mais tipos de alavancagem geram riqueza, entende que a prosperidade financeira não vem do acaso ou da sorte.
Quem substitui a crença de “ganhar dinheiro” pela prática de habilidades únicas conquista algo que poucos têm: a autonomia de decidir como usar o próprio tempo. E essa liberdade é o verdadeiro indicador de riqueza.














